A cumprir a quinta época pela Briosa, Marinho, extremo que os estudantes recrutaram em 2011 à «vizinha» Naval 1.º de Maio, chegou, no último domingo, aos 100 jogos pela Académica no campeonato. Uma marca redonda para o capitão academista, que terá sempre o seu nome gravado na história do clube de Coimbra como o «herói» da Taça ganha pelos estudantes na época 2011/12, em que marcou o único golo da final do Jamor, diante do Sporting.

Ora, essa temporada foi a primeira de Marinho em Coimbra, e logo com a conquista de um troféu que os estudantes não venciam desde 1939, no ano em que arrancou a competição. E se o facto de o jogador ter ganho um título tão importante no seu primeiro ano diz muita coisa, nem sequer diz tudo.

O ano de estreia do atleta de 32 anos em Coimbra representa, porventura, a sua melhor época como profissional. Num total de 34 jogos, Marinho marcou sete golos, tendo vários deles um cariz decisivo – além do tento da final, Marinho marcou mais três golos na Taça de Portugal, dois na segunda-mão da meia-final, diante da Oliveirense (2-2), e o outro na eliminação do FC Porto, numa partida em que a Académica venceu por 3-0.

Voltando ao campeonato. A primeira aparição de Marinho com a camisola negra da Académica deixou logo boa impressão. O camisola 7 academista foi suplente utilizado na vitória dos estudantes diante da U. Leiria (1-2), entrando para o lugar de Sissoko, ao minuto 64, ainda tempo de deixar a sua marca bem vincada na partida. Na altura, o Maisfutebol escreveu que “o extremo ex-Naval foi também um dos principais impulsionadores da reação da Briosa”, uma vez que os estudantes estiveram a perder por 1-0 e conseguiram a reviravolta, com o jogador a ter “participação ativa nos dois golos”. Um prenúncio.

Desde então, Marinho tornou-se numa referência no clube e é dos jogadores mais acarinhados pela massa associativa da formação de Coimbra, tendo atingido, agora, no jogo de domingo frente ao Nacional, a redonda marca das 100 presenças na Liga.

Conquistou o seu «pedacinho da história da Académica»

O empate diante dos insulares deixou os estudantes na zona de despromoção, a dois pontos do Boavista, que visitam na próxima ronda. Por esse motivo, a marca histórica que atingiu teve um sabor mais «agre» que doce, conforme reconhece o atleta.

«Infelizmente, não foi no dia certo. Acabei o jogo [com o Nacional] muito mais chateado, do que orgulhoso por ter cumprido o centésimo jogo», sublinha o jogador, sem deixar, no entanto, de reconhecer a valia da marca que atingiu: «fazer 100 jogos por um clube como a Académica tem de ser um motivo de orgulho», nota.

E o capitão vai ainda mais longe, deixando a garantia que, pelos momento que ali viveu, «a Académica vai ser o meu clube para sempre.» «Ter um pedacinho da história da Académica para mim é muito gratificante», orgulha-se.

Mas como o tempo não pára, e os olhos de Marinho estão já no futuro, e na importantíssima deslocação ao Bessa para medir forças com o Boavista. «A partir de agora, temos de ganhar todos».