O Paços vai de ponto em ponto, mas bem pode queixar-se da falta de eficácia. Se contra o Portimonense deveu a si a vitória, o mesmo aconteceu esta tarde-noite ante o Marítimo. Falhou ocasiões em demasia perante um rival resguardado e tudo acabou como começou: 0-0 e um ponto para cada lado.

No jogo de transição para o novo treinador, o Paços apareceu igual. No onze inicial e também na atitude que mostrara ante o Portimonense. Jogadas ao primeiro toque, construção pensada e eficaz na saída para o ataque. E um madrugador ataque à baliza. Combinado de dificuldades causadas a um Marítimo retraído e de muito chuto para a frente.

Foi este o filme de uma primeira parte em que, já após Ricardo ter ameaçado de cabeça, António Xavier falhou um golo certo na cara de Charles. A boa entrada traduzia-se na insistência pelos flancos – Quiñones e Bruno Santos ativos no ataque – e três cantos no primeiro quarto de hora a visar a baliza insular.

Foi esse o tempo preciso para se ver algo do Marítimo. Jean Cléber, talvez o único sinal mais dos verde-rubros na primeira parte, serviu Ricardo Valente para uma cabeçada torta (15m). Mais tarde, com o Paços a pedir falta do número 15 sobre Ricardo, este serviu Rodrigo Pinho para uma dupla perdida na cara de Defendi.

No caminho para o intervalo, chuva quanto baste e um espetáculo mais pobre a partir da meia hora. Viu-se ainda assim mais Paços e Bruno Moreira a fazer passar a bola perto do poste direito (39m). Castores com mais bola, mais remates. Mais cantos. Golos, zero.

FICHA E FILME DO JOGO

E diga-se que o figurino pouco mudou na segunda parte. Paços mais ávido de pontos e de golo, foi para cima. Fez pelo resultado e pelo espetáculo, num relvado encharcado que nem sempre ajudou.

Pedrinho e Xavier foram autênticas setas pelas alas e Bruno Moreira o atirador de serviço, mas perdulário. Disso exemplo a cabeçada à figura de Charles, quando estava sozinho na área.

O guardião do Marítimo foi exemplo de uma equipa apática. Às vezes espelho de quem já sai satisfeito com o pontinho. Se as queixas são legítimas, arrefeceu o jogo nas duas paragens com mazelas um ombro. Nisso e na demora nas reposições de bola.

OS DESTAQUES DO P. FERREIRA-MARÍTIMO

O Paços lá ia tentando. Mas as entradas de Mabil e Luiz Phellype, abdicando de opções diretas, pouco acrescentaram. O extremo desperdiçou um livre em posição privilegiada. Do outro lado, num último atrevimento, Everton atirou à figura de Defendi.

Pacenses somam para oito as jornadas sem vitórias e podem ser igualados pelos dois últimos. O Marítimo soma após três derrotas seguidas, mas pode ver o Rio Ave fugir no quinto lugar.