João Henriques chegou ao comando técnico do Paços de Ferreira e já fez melhor fora do que nos nove jogos anteriores. Se os castores tinham dois pontos nessa condição, o triunfo por duas bolas a zero na casa do Desp. Aves, esta tarde, quebrou o enguiço longe da Capital do Móvel. Valeram os golos de Miguel Vieira e Bruno Moreira.

Foi uma tarde de reencontros vários. Frente a frente, os primos Defendi: o Rafael, guarda-redes do P. Ferreira e Rodrigo, defesa do Desp. Aves. Miguel Vieira, que jogou nos avenses entre 2013 e 2015, regressou à Vila com as cores pacenses e cedo foi feliz.

No primeiro canto ganho, o central antecipou-se a Adriano e desviou de cabeça após Pedrinho colocar na área. Sete minutos bastaram. A assinalar, diga-se, a melhor entrada do Paços. Solto na saída para o ataque e cedo eficaz.

O Paços, de resto, mostrou uma atitude inicial semelhante ao que já tinha feito com Portimonense e Marítimo. Mas juntou-lhe o golo e não dormiu na vantagem. Transições rápidas, ao primeiro toque. De André Leão e Gian até aos homens mais ofensivos.

Foi, também, uma noite de estreias. Rúben Micael, reforço do Paços, foi titular e a única mudança no onze de João Henriques, treinador que cumpriu, também ele, a estreia na Liga. O novo número 14 do Paços ligou bem o jogo ofensivo dos castores e lançou várias das jogadas de ataque.

Com dificuldade em assumir o meio campo, Lito Vidigal, que mudou seis em relação a Alvalade, cedo mudou e lançou Tissone, outra estreia (21m). Abdicou de um central, Diego Galo, variou do 3x4x3 inicial para 4x3x3 e o Desp. Aves foi reagindo. Mas com um Paços mais perigoso: a defesa de Adriano a Bruno Moreira, aos 31 minutos, promete entrar para os livros desta época.

Com algum ascendente antes do intervalo, o Desp. Aves incomodou, sobretudo, em lances de bola parada. Defendi e Derley não conseguiram igualar.

FICHA DE JOGO

Mas foi após o recomeço que os avenses vincaram maior reação, com a entrada de Arango. O colombiano esteve perto do empate num lance em que Hugo Miguel, em consulta ao vídeoárbitro, mandou seguir após protestos de penálti: a bola bateu mesmo na coxa de Gian.

Não foi, de resto, por falta de insistência dos homens de Lito Vidigal, que encontraram na defensiva do Paços uma muralha autêntica. E Defendi, na baliza, a negar um livre direto a Tissone (75m).

OS DESTAQUES DA VITÓRIA PACENSE

O Paços teve menos aval atacante, foi forçado a duas mexidas por lesão. Mas foi fiel ao que já tinha feito e letal na chegada ao ataque. Já após um remate espontâneo de Xavier, um passe delicioso do recém-entrado André Leal isolou Bruno Moreira, que não falhou na cara de Adriano (80m).

O segundo golo foi um soco no estômago dos avenses e o Paços conseguiu gerir até final, estando mais perto do terceiro. Que o diga Pedrinho, a ver Adriano negá-lo.

O Paços sai da Vila das Aves com os três pontos, quatro à maior para o rival direto e com mais fôlego pela manutenção. Desp. Aves soma sexta jornada sem vencer e acentua o mau registo caseiro. A pior série na Liga tem a zona de descida ali bem perto.