O Paços de Ferreira desloca-se ao terreno da Académica na jornada que abre a segunda volta do campeonato e, na antevisão, Jorge Simão deixou o alerta para a dificuldade que é vencer os «estudantes» em sua casa, lembrando o registo de Filipe Gouveia.

«Este treinador, o Filipe Gouveia, desde que entrou não perdeu nenhum jogo em casa. Nos últimos seis jogos tem quatro vitórias e dois empates. Isso justifica o facto de ser uma Académica um pouco diferente daquilo que foi no nosso estádio, na primeira jornada», recordando a vitória por 2-0 sobre conjunto na altura de José Viterbo.

Jorge Simão referiu que o objetivo para este jogo passa por enraizar mais a identidade de jogo da sua equipa e «que toda gente consiga perceber quem é o Paços, qual a identidade do Paços e que equipa é esta».
Sobre se é favorito a vencer a partida, o treinador tem uma opinão curiosa: «É um adversário que, nos resultados mais recentes, tem fugido das posições desconfortáveis e, também na linha do que já disse, acho que há poucas equipas em Portugal que se podem gabar de entrar em campo com manifesta superioridade, em termos de qualidade, sobre todas as outras. Não há jogos fáceis, parece uma banalidades mas não há mesmo.»

Depois justificou a sua opinião com a goleada do Paços de Ferreira ao União da Madeira por 6-0, há um mês. «Mesmo aqueles jogos com equipas de divisões inferiores não são fáceis, os acontecimentos dos jogos é que por vezes os fazem parecer fáceis e dou o exemplo do jogo com o União que à partida não era [fácil]. Começámos e o desenrolar dos acontecimentos fez parecer que o jogo foi fácil».

O Paços de Ferreira está no quinto lugar com 28 pontos, a 20 do que foi definido pelo clube no início da temporada. Na conferência de imprensa em falou em «legitimidade» em pensar em mais.

«É um facto que dobramos o campeonato com 28 pontos e acho que é uma marca assinalável. Pensar que só faltam 20 [objetivo] é um pensamento lógico mas o que eu sinto é que podemos ponderar a possilidade de fazer tanto como fizemos na primeira volta porque é legítimo se o conseguimos fazer até agora, quando muito poucas pessoas pensavam que era possível atingir esta marca. Dobrámos o campeonato com apenas os quatro grandes à nossa frente.»

O treinador falou ainda noutros objetivos para a segunda volta: «Continuar a fazer crescer jogadores, quer sejam aqueles que recrutamos das divisões inferiores e que tem a sua primeira experiência profissional quer os que conseguimos captar da nossa formação. Outra tem a ver com o criar e reforçar uma identidade de estilo de jogo e como é óbvio, associado a isto, perspetivar uma forte união e comunhão muito grande com os nosso adeptos. Fazer com que os nossos adeptos tenham mais orgulho naquilo que são os nossos desempenhos. Por último, senão conseguirmos fazer tantos pontos como na primeira volta, que possamos acabar o campeonato com a meta dos 48 pontos.»

Com a janela de mercado aberta, o técnico falou sobre a contratação de Cícero e definiu-a como uma «oportunidade», deixando uma mensagem aos adeptos: «Digo isto aos nossos sócios principalmente, a chegada do Cícero não implica que o Bruno Moreira saia. A não ser que chegue aí um camião de dinheiro e que nós não possamos dizer não ao negócio.»

Para Bruno Moreira muitos elogios do técnico, apelidando-o «avançado fantástico» com um tipo de movimentação «particular» e com «um primeiro toque absolutamente fantástico».

«Onde pode chegar? Não sei, depende muito de quem olha para ele e que planos têm para ele. É perfeitamente legítimo que possa ambicionar clubes de outro tipo de dimensão e que esses clubes olhem de outra forma para ele», disse sobre o avançado que tem 11 golos no campeonato e é o primeiro português nessa lista.