O Paços de Ferreira comprovou hoje o estatuto de equipa sensação da presente I Liga com um triunfo sólido, por 3-0, em casa do Marítimo. Os nortenhos não perdem na prova desde 6 de dezembro, quando caíram por 2-1 ante o Benfica, no Estádio da Luz, e demonstraram cabalmente o porquê da bela caminhada que estão a realizar no campeonato.

Os madeirenses subiram ao relvado do Caldeirão com a moral em alta, fruto da passagem aos quartos de final da Taça de Portugal à custa do Sporting, e do triunfo alcançado na última ronda em casa do Gil Vicente, para o campeonato. Dois triunfos somados com três golos marcados e nenhum consentido, melhor registo da época. Mas acabaram por ‘descer à terra’ com uma derrota que podia ter sido resumida por outros números.

Hélder Ferreira, logo no primeiro minuto de jogo, correspondeu de cabeça a um cruzamento de Luiz Carlos, e colocou a defesa verde-rubra em sentido levando o esférico a passar perto do poste esquerdo da baliza de Amir.

A equipa de Milton Mendes procurou assumir o jogo, mas este, dada a previsibilidade que o caracterizava, apenas foi causando sobressaltos menores junto do Paços de Pepa, muito coeso e seguro a defender e quase sempre perigoso nas transições.  

Aos 19 minutos, os castores chegaram a introduzir a bola na baliza madeirense, mas o lance acabou por invalidado por fora de jogo. Mas 11 minutos depois, contou mesmo. Uma bola longa para Hélder Ferreira foi bem aproveitada pelo extremo para dar de peito em Bruno Costa, que em zona frontal, atirou de primeira para desfazer o nulo inicial.

O jogo estava bom, e ainda melhor ficou com o marcador desbloqueado. Mas foi só apenas em cima do apito para o intervalo que o jogo aqueceu. Primeiro foi Rafik, que completamente livre de marcação no coração da área, atirou por cima, desperdiçando a primeira grande ocasião do Marítimo. 

Na jogada seguinte, Bruno Costa ficou muito perto do bis. O médio aproveitou um certo facilitismo de Winck, mas após roubar-lhe a bola, atirou ao poste. No minuto seguinte, Hermes conseguiu espaço na esquerda para cruzar para Joel, mas o camaronês, com pouca marcação, cabeceou à figura do guardião Jordi.

Descontente com a produção da equipa, o técnico madeirense optou por uma dupla alteração ao intervalo, trocando Milson por Alipour, e Pelágio por Correa. Mas a estratégia pensada para a etapa complementar sofreu um duro golpe logo no início do reatamento da partida, com um erro incrível da Amir. 

Na sequência de um livre cobrado por João Amaral na esquerda, a bola seguiu na direção do guardião iraniano, mas este largou o esférico deixando-o à mercê de Luiz Carlos, que surgiu de rompante para encostar o fundo das redes.

Melhor oferta não podia desejar a turma nortenha para encarar o segundo tempo. O conjunto madeirense partiu em busca do golo que significaria uma reentrada na discussão do resultado, mas com pouco critério e discernimento para surpreender o bloco defensivo dos castores, sempre atento e seguro a fechar os caminhos para a baliza de Jordi.

O tudo ou nada dos madeirenses abriu espaços para o contragolpe pacense, e aos 60 João Amaral, chegou a marcar, mas estava em fora de jogo. Os verde-rubros ainda chegaram a pedir golo pouco depois, na sequência de um cabeceamento de Léo Andrade, em que a bola passou por cima de Jordi, e só não entrou porque Marco Baixinho cortou em cima da linha de golo. 

Desorientada e muito permissiva, a equipa de Milton Mendes acabaria por sofrer o 3-0 aos 85, numa grande jogada de Fernando Fonseca. Amir negou o golo ao lateral, mas o esférico sobrou para Luiz Carlos que serviu para o recém-entrado Luther finalizar com à vontade. O resultado até podia ter sido mais volumoso, não fosse um par de boas intervenções do guardião da casa.