O Nacional terminou a segunda volta da Liga com um triunfo confortável sobre o Paços Ferreira, mas não foi suficiente para alcançar o objetivo inicial da temporada. Numa tarde marcada pelas despedidas, Nacional e Paços disseram adeus às competições europeias, deixando a sensação de ambos tinham saído derrotados do derradeiro encontro do campeonato.

Os madeirenses abriram as portas do Estádio da Madeira para que a equipa beneficiasse do apoio dos adeptos na última etapa de montanha, cuja meta estava colocada no ‘mágico’ sexto lugar, último ponto de acesso às competições europeias na próxima temporada.

A formação orientada por Manuel Machado terminou o exercício desportivo em verdadeiro contrarrelógio, em busca dos pontos desperdiçados durante a primeira volta, chegando à última jornada sabendo que não dependia apenas de si para concretizar o sonho.

Cumpriu a sua parte, com um plano de jogo realista que tinha em mente potenciar as características dos seus jogadores mais influentes. Tiago Rodrigues e Marco Matías, dois dos melhores elementos no derradeiro encontro disputado no relvado da Choupana, são os expoentes máximos da arquitetura montada pelo professor.

A estratégia esbarrou numa entrada ambiciosa do Paços Ferreira, que colocou em sentido as bancadas. Três oportunidades de golo em menos de dez minutos são a prova viva desta realidade, que só se alterou com um lance de infelicidade da equipa pacense, patrocinado, a dois tempos, por Fábio Cardoso.

Com o Nacional em vantagem, o plano montado por Machado entrou nos eixos, com a equipa a baixar fileiras à procura de uma oportunidade letal para ‘matar’ o adversário, não se coibindo de entrar a posse de bola aos castores.

A tendência de jogo foi-se acentuado no sentido da baliza de Gottardi, fruto de um futebol apoiado e quase sempre agradável praticado pelos comandados de Paulo Fonseca, que, no entanto, acabaram traídos por mais uma iniciativa rápida dos insulares concretizada por Marco Matías no 17.º golo da temporada.

Ao intervalo a Choupana era toda ela sorrisos: o Nacional da Madeira vencia por uma margem confortável e a transmissão radiofónica trazia boas notícias de Barcelos, onde Gil Vicente e Belenenses empatavam sem golos.
 
Silêncio denunciou o distanciamento do oásis

O filme da segunda parte foi praticamente igual ao da primeira, diferenciando-se, apenas, no número de golos registados. O Paços voltou a entrar melhor, mas os intentos de Diogo Jota voltaram a esbarrar no poste das redes de Gottardi, precisamente o que sucedera durante os primeiros 45 minutos.

A sensação de Deja vu ficou completa quando os insulares, em mais um lance desenvolvido em alta velocidade, chegaram ao terceiro golo por intermédio de Tiago Rodrigues.

No entanto, rapidamente a festa foi dando lugar à depressão, fruto das notícias que chegavam de Barcelos. Instalando-se um silêncio sepulcral no alto da Choupana, que só era interrompido a espaços quando a bola rondava uma das balizas.

Fonseca foi arriscando do banco, mas o momento da decisão acabou por ser uma espécie de pecado capital para a equipa que viajou desde a Capital do Móvel, que embora construísse um punhado de oportunidades terminou o jogo em branco.

O Nacional ficou com os três pontos, mas no final do encontro a sensação era de que ambas tinham saído derrotadas do jogo. E saíram, de facto, já que o Belenenses ficou com o estatuto de último representante português nas competições europeias.

Paulo Fonseca voltou a montar uma equipa competitiva, com bom futebol, e o seu trabalho não sai manchado pela caída à beira da praia.

Por outro lado, o Nacional foi a equipa que mais pontos conquistou na segunda volta imediatamente a seguir aos grandes, mas o desempenho da etapa inicial acabou por ser fatal.