Duas equipas que esta época já se revelaram pedra no sapato dos grandes e que lutavam, não apenas pelos três pontos, mas por lugares de liderança na tabela da I Liga. Os ingredientes mostravam, à partida, que o jogo seria pelo menos aguerrido. E nisso, não desiludiu. Faltou foi cabeça fria.
 
Numa primeira parte, nem sempre bem jogada, o Arouca entrou mais cauteloso, a ver o que a formação da casa tinha para apresentar. E não teve que esperar muito. Logo aos 4 minutos, após um canto batido por Pelé, Bruno Moreira saltou na área e abriu o marcador.
 
O golo madrugador dos castores deixou o Arouca atordoado por alguns minutos e o perigo continuou a rondar da baliza de Bracalli. Muito inspirado, sobretudo na primeira parte, Diogo Jota foi quem mais vezes colocou a bola na área adversária. O jovem avançado pacense recuava no terreno para recuperações de bola e, com excelentes pormenores individuais, ia ultrapassando os adversários, faltou sempre alguém depois para dar seguimento à jogada, porque os remates que tentou de longe, também não surtiam efeito.
 
Num jogo nem sempre bem jogado, mas disputado a bom ritmo, o Arouca foi esboçando a reação, e, numa primeira parte, a defesa pacense estava extremamente eficaz na recuperações de bola. Mas os homens comandados por Lito Vidigal nem por isso desistiram e foram aumentando a pressão. Nuno Valente, muito bem nas transições, ia levando jogo junto à área, onde Artur, Roberto e Ivo Rodrigues iam tentando incomodar Marafona. Até que, aos 35 minutos, após um cruzamento de Roberto, foi o próprio Nuno Valente quem apareceu à boca da baliza para fazer o golo que deu o empate.
 
O 1-1 perdurou até ao intervalo e espelhava bem o que se passou nos primeiros 45 minutos do encontro. Um ponto para cada lado parecia não ser do interesse de nenhuma das equipas, que entraram para a segunda para com uma determinação maior de chegar ao golo.
 
Jorge Simão, que já tinha tirado Hélder Lopes por lesão na primeira parte, voltou a mexer na equipa ainda antes do recomeço, tirando o apagado Roniel e fazendo entrar o, tantas vezes arma secreta, Edson Farias. E ia resultando de imediato a substituição. Aos 48 minutos, Hugo Basto tirou de cima da linha um remate de Edson Farias, que já fazia gritar golo os adeptos pacenses.
 
E se a primeira parte do jogo não foi particularmente bonita, a segunda ainda menos foi. A jogar contra o relógio, ambas as equipas iam ficando partidas, recorriam constantemente a faltas, com muitas jogadas sem discernimento, e demasiadas perdas de bola. O ambiente tornou-se tenso, com protestos das equipas e apupos dos adeptos a cada apito do árbitro. Os cartões iam-se sucedendo, mas o árbitro, que teve algumas decisões duvidosas, não conseguiu voltar a ter mão no jogo.
 
Com maior pendor atacante dos castores, ainda assim, houve situações junto às duas balizas e o golo podia chegar a qualquer momento, para qualquer das equipas, mas era preciso cabeça fria e isso já não havia na Mata Real. Com este resultado, o Arouca é segundo, com tantos pontos como o FC Porto, que lidera a tabela. O Paços é sétimo em igualdade com Rio Ave e Vitória de Setúbal.