Falta de eficácia do Belenenses, uma grande segurança de Defendi, e o efeito do tónico da conversa do treinador ao intervalo valeram ao Paços de Ferreira uma vitória por 1-0 frente aos azuis do Restelo que dominaram quase todo o encontro.

Vasco Seabra voltou a vencer em casa e leva já duas vitórias em três jogos à frente dos castores, embora a equipa ainda mostre que precisa de encontrar a tranquilidade.

Na primeira parte, o Paços não conseguiu impor o seu jogo e mostrou muita dificuldade em ter a bola controlada no meio campo adversário. Ainda assim, foram os castores a ter a melhor oportunidade de golo, aos 31 minutos, quando Ricardo saltou na área, na sequência de um canto, e atirou à barra.

Do outro lado, o Belenenses ia tendo o controlo do jogo e chegava com relativa facilidade à área adversária pelos corredores, sobretudo pela esquerda, onde Sturgeon e Florent iam deslizando como por manteiga pelo campo. O problema era depois na área adversária e o guarda-redes pacense também foi um dos responsáveis. André Sousa por várias vezes apareceu por entre os centrais, mas, ou chegava um corte providencial - como o que fez Pedro Monteiro, aos 40 minutos, ou Barnes aos 29 - ou Defendi fazia jus ao nome e defendia mesmo.

Mesmo quando Palhinha, aos 43 minutos, tentou batê-lo de livre. A bola ainda bateu no chão e deu tempo a Defendi de agarrar.

Mas o intervalo fez virar o jogo. O Paços sacudiu o peso que tinha em cima dos ombros, desencolheu-se e começou a chegar com discernimento ao meio campo e à área adversária. E não tardou a notar-se o efeito. Welthon e Andrezinho, que já antes tinham estado na origem de um excelente contra-ataque pacense, acabam por estar na génese do golo. Na sequência de um canto, Andrezinho, à entrada da área, picou a bola por cima dos defesas, deixando Welthon isolado frente a Joel (André Sousa, que tinha ficado caído, colocava o avançado do Paços em jogo). Welthon, de pé esquerdo, atirou para o fundo da baliza, despejando um verdadeiro balde de água gelada, mais gelada do que a noite na Mata Real, na equipa do Belenenses.

Os azuis do Restelo acusaram o golo. A equipa, que tinha estado tão segura na primeira parte, mostrou-se desnorteada. Como se uma troca de personalidades tivesse ocorrido, era o Belenenses quem agora não conseguia ter discernimento na troca de bola e na progressão ofensiva.

Quim Machado mexeu de imediato. Fez entrar Miguel Rosa e Tiago Caeiro, para trazer mais cabeça ao jogo e funcionou. O Belenenses voltou a jogar, perdendo a sofreguidão da reação, mas sem deixar de procurar a baliza. Não fez, aliás, outra coisa, até ao final, voltando a remeter os pacenses, quase sempre, para o seu meio campo defensivo.

De bola corrida, parada… o Belenenses tentou de todas as maneiras, mas Defendi estava lá para travar o que lhe chegou, determinado a manter a baliza inviolável e segurar os três pontos que o golo de Welthon ia valendo. Três preciosos pontos, que permitem aos castores respirar melhor e colarem-se ao Belenenses na classificação.