A FIGURA: Sérgio Oliveira
Que pulmão! Já era o melhor em campo antes do golo que decidiu o encontro, num penálti cobrado com a frieza dos craques, perante uma bancada repleta de adeptos encarnados. A passagem pela Mata Real está a fazer muito bem ao futebol deste que já foi um dos médios mais promissores do futebol português. E apetece dizer: não continua a ser? A julgar pela exibição desta noite, a resposta é um gordíssimo sim.
 
 
O MOMENTO: Lima atira à trave
 Minuto 17. O Benfica entrara melhor e o penálti parecia coroar esse andamento forte mostrado desde o início. Se Lima tivesse marcado, que jogo teríamos? Os «ses» têm pouco espaço no futebol, mas muito na cabeça de quem o vê. A bola à trave foi um dois em um: fez o Benfica duvidar e o Paços acreditar. O prémio chegou em cima dos 90. Ironicamente também da marca dos 11 metros.
 
A DESILUSÃO: Talisca
Lembram-se daquele Talisca que decidia quando o Benfica não estava tão bem? Em janeiro, já parece uma recordação. Exibição muito apagada na Mata Real, com várias ações displicentes e sem conseguir ligar os setores como se pede a quem joga em posição tão nevrálgica do terreno. Parece apostado em provar que não pode ser um oito…
 
OUTROS DESTAQUES
 
EDSON PARAÍBA
Uma carraça. Nem sempre decidiu bem, mas a entrega que coloca em campo contagia os colegas e isso nota-se pela forma como nunca dá um lance por perdido. Luta muito, vê bem os espaços onde pode aparecer para causar algum estrago e faltou-lhe mais acerto quando a bola lhe chegou aos pés.
 
VASCO ROCHA
Importantíssimo no equilíbrio do Paços. Tapou as subidas de Maxi e ainda saiu a jogar com classe, num par de lances. Ações importantes nas duas fases do jogo, contudo. Dos melhores, esta noite.
 
HURTADO
Talvez pudesse ter entrado mais cedo, mas percebe-se a hesitação de um treinador num jogo tão equilibrado. Ganhou o penálti que decidiu o jogo. Aposta ganha, em suma.
 
SALVIO
Sem Gaitán, não há grandes dúvidas que é o principal desequilibrador da equipa. O Benfica atacou muito mais pela direita, é certo, mas também será um reflexo condicionado, entre um batido Salvio ou um Ola John que ainda não tem o mesmo ritmo. Atirou à trave, com sorte e azar à mistura, pouco depois do penálti falhado, a confirmar a noite de má fortuna encarnada nesse quesito. 
 
SAMARIS
Atuação em esforço, nas dobras de Talisca. Muito trabalho e quase sempre bem. Está em crescendo de forma e nota-se à distância, pois conhece melhor agora os terrenos que pisa.