O Boavista foi à Capital do Móvel somar três pontos e com direito a reviravolta. Após a vantagem do Paços ao intervalo, entrada de Mateus, tal como contra o Sporting, foi sinónimo de eficácia. E Raphael Rossi deu a estocada final após o golo de Mabil a abrir, num desfecho que aumenta para mão cheia os jogos dos castores sem vitórias na liga.

Petit e Jorge Simão supriram as respetivas e importantes ausências de Welthon e Sparagna, com Bruno Moreira e Robson, num ambiente frio, cedo acalorado pelo toque africano de Mabil.

Foi preciso recorrer ao vídeo-árbitro, é certo. Mas o Paços colocou-se em vantagem aos cinco minutos. Vasco Santos reverteu a indicação de fora de jogo do auxiliar e validou o golo a Mabil, após um canto de Pedrinho que Bruno Moreira desviou ao primeiro poste.

A vantagem deu algum respiro aos castores, quase sempre mais soltos e objetivos nas ações com bola. Se o Boavista mastigava de toque em toque, sem quebrar a barreira defensiva contrária, o Paços chegava lá em menos tempo e com mais perigo.

Exemplo disso foi o ataque bem desenhado, rápido, concluído à malha lateral por Mabil, aos 28 minutos. Isto numa altura em que o Boavista só atemorizou numa cabeçada inofensiva de Robson.

O Boavista sentiu o toque e despertou com afinco a partir da meia hora, mas do livre de Carraça ao remate de Rochinha, a coisa não resultava. Este último, porventura no lance polémico da partida, em que os axadrezados pediam penálti por um contacto entre braço e bola de Miguel Vieira.

Mesmo com mais posse de bola no primeiro tempo (60 por cento) o Boavista esteve sempre mais perto de sofrer perante um Paços mais rematador, que atirou por duas vezes ao ferro: primeiro, por António Xavier (38m). Depois, pela cabeça de Miguel Vieira, à boca do descanso.

Os ânimos intensificaram no segundo tempo. Jogo mais ríspido, de maior contacto físico e com um Mário Felgueiras sempre seguro. Jorge Simão sentia o tempo a apertar e, se não foi de modas a trocar Vítor Bruno por Ruiz ainda no primeiro tempo, arriscou à hora de jogo ao tirar Kuca por Mateus.

FICHA E FILME DO JOGO

Em cheio, diga-se.

O angolano entrou. E de um minuto precisou para colocar tudo igual. Foi crente, arrancou, partiu à boleia de um calcanhar de Ruiz e atirou a contar na área perante Mário Felgueiras.

O lance pôs a nu ainda mais um jogo de total indecisão no marcador e obrigou a mais risco mútuo, que sorriria por fim aos homens do xadrez. Se nas bancadas se gritara, em vão, um iminente golo de André Leal, parado pela soberba elasticidade de Vagner, pouco depois a festa seria rija e verdadeira. Mas para o outro lado.

A um quarto de hora do fim, o canto de David Simão encontrou a cabeça decidida de Raphael Rossi a dar os três pontos à equipa de Jorge Simão. Batida de fulgor na bola, letal perante o voo de Felgueiras.

O final, foi o previsível. Boavista à procura de segurar a vantagem e um Paços perdulário e sem o afinco inicial para desmontar a aguerrida defesa do Bessa. Jorge Simão acabou expulso no banco no meio de protestos, mas agarrou a máxima do «temos que ganhar fora» lançada na antevisão. Leva os três pontos para casa e chega aos 20 na Liga.

P. FERREIRA-BOAVISTA, 1-2 (DESTAQUES)