Instinto de sobrevivência do Paços: lutar, marcar quase por acaso, recuar e sofrer até ao fim. Três pontos duríssimos e subida ao sexto lugar da classificação. O Estoril, digníssimo vencido, merecia muito mais do jogo. Fez por isso a equipa de Fabiano Soares.

Matheuzinho, só ele, teve por três vezes o golo nos pés, quase sempre lançado pelo endiabrado Gerso. Nada a fazer, mesmo depois de uma pressão asfixiante sobre a defesa pacense, mormente nos últimos 20 minutos.

O Paços foi competente a defender, a gerir a vantagem – saída de um pontapé de canto, finalizado por Diogo Jota – e pouco mais. A estratégia de Jorge Simão era simples, pragmática, mas difícil de suportar para os adeptos da casa.

O golo marcado por Diogo Jota levantou algumas dúvidas: a bola entrou ou não? Nem as imagens televisivas desfazem completamente as dúvidas. Goal Line Technology: a Liga portuguesa precisa dessa ajuda extra.

Depois das recentes derrotas, o essencial era mesmo agarrar os três pontos. Missão cumprida e enfeitada com o golo de Bruno Moreira, já na fase final da partida, quando o Estoril carregava, carregava e distraía-se na defesa.

DESTAQUES DO JOGO: Afonso Taira a encher o campo

Castigo pesado para o Estoril, pois, numa partida jogada em grau ascendente de intensidade, mas sempre nivelada por baixo no que à qualidade diz respeito.

Mais do que a abordagem tática e o posicionamento das pedras, o jogo foi marcado pela vontade e concentração na execução. E aí o Estoril foi melhor, carregado pelo jogo gigante de Afonso Taira. O médio encheu o campo até sair lesionado, perto dos 60 minutos. E esteve bem acompanhado por Mattheus, outra boa surpresa, em estreia na equipa titular.

FICHA DE JOGO E NOTAS AOS ATLETAS

Do lado dos da casa, a necessidade usurpou toda e qualquer ponta de vaidade e beleza. Principalmente depois do inesperado golo de Diogo Jota, em cima do intervalo.

Tentou, tentou, tentou o Estoril. Sem a lucidez que o contexto impunha, mas com um desejo poucas vezes visto em equipas visitantes na Liga portuguesa. Justificou várias vezes o empate, esta equipa de Fabiano Soares, até capitular, definitivamente, com o golo de Bruno Moreira.

Nota muito positiva para o pormenor do ponta de lança pacense nesse lance. Já desgastado, Bruno fez uma excelente receção e de pé esquerdo não deu hipóteses a Pawel Kieszek.

A vontade de viver impôs os seus ditames e o Paços agarrou-se a isso como se este fosse A grande final. Resultou, está bom de ver, pela ineficácia assustadora do Estoril no ataque e pelo coração dos castores no processo defensivo.

Três pontos, ascensão ao sexto lugar, é bonito este desejo de viver do Paços de Ferreira.