Por: Nuno Dantas

Foi como se tivéssemos ido a um restaurante e a comida viesse sem sal e sem condimentos. Foi assim o nulo entre o Paços de Ferreira e o Moreirense, um castigo pesado para os muitos adeptos que acorreram esta tarde à Mata Real. Um jogo fraco, enfadonho e com poucos motivos de interesse, por isso a igualdade a zero ajusta-se. Os pacences não aproveitaram a escorregadela de Arouca para se aproximar de um lugar europeu. Já o Moreirense conquistou mais um importante ponto na luta pela manutenção, aumentando para cinco pontos a distância da linha d’ água.

As duas equipas entravam para este desafio com estados de espírito diferentes. O Paços vinha de um moralizador triunfo em Guimarães, depois de oito jornadas sem vencer. Já o Moreirense não foi além de um empate na receção à Académica, somando apenas duas vitórias nos últimos oitos jogos. Jorge Simão fez apenas uma alteração em relação ao jogo da jornada anterior. Saiu o castigado Fábio Martins e entrou Manuel José. Miguel Leal também foi forçado a mexer no onze. Os também castigados Rafael Martins e Filipe Gonçalves deram o lugar a Fábio Espinho e Boateng.

A primeira parte foi fraca. As duas equipas apresentaram um jogo enfadonho, triste e sem sal. O Moreirense, a jogar em 4-3-3, até esteve melhor. Fazendo pressão alta, ia dificultando a saída para o ataque dos castores que até tiveram a melhor oportunidade do primeiro tempo. Diogo Jota falhou, escandalosamente, de baliza aberta – lance a fazer lembrar o do sportinguista Brian Ruiz frente ao Benfica.

Os de Moreira de Cónegos chegaram várias vezes à baliza à guarda de Defendi, porém nunca conseguir criar real perigo. E até se podem queixar da arbitragem. Fábio Cardoso facilitou e foi obrigado a puxar Boateng que se ia isolar. Sérgio Piscarreta ficou-se pelo cartão amarelo. Com um jogo muito mastigado a meio campo, o descanso chegou rapidamente para bem dos muitos adeptos que se deslocaram à Mata Real.

No segundo tempo o Moreirense voltou a entrar melhor, mostrando ser a equipa mais esclarecida. Iuri Medeiros era o maestro de uma equipa bem organizada, mas que falhava na hora de atirar ao golo. Palhinha teve nos pés a melhor oportunidade, mas com a baliza escancarada atirou por cima.

Com o passar do tempo, os castores foram pressionando mais alto e começaram a ser mais perigosos. Chegaram a marcar, porém o golo de Bruno Moreira não contou porque estava em fora de jogo. Os de Moreira de Cónegos nunca deixaram de espreitar o ataque, no entanto o resultado manteve-se até ao final.