Em apenas três minutos, Heldon conseguiu colocar o Rio Ave com uma vantagem confortável e tirar o discernimento ao Paços de Ferreira. Um cruzamento telecomandado num lance com um deslize da defesa, um atraso desastrado, e o jogo mudou. Edimar ainda deu a estocada final, mas há muito que o destino dos castores já estava decidido.
 
Paços de Ferreira e Rio Ave conhecem-se bem, são aliás equipas com bastantes semelhanças, que jogam bom futebol, que lutam pelos mesmos objetivos: a Europa. O jogo prometia ser equilibrado e difícil, e confirmou-se logo aos primerios minutos de jogo. Muitos duelos, todas as bolas muito disputadas, os jogadores habitualmente mais perigosos muito marcados.
 
Jota, aproveitando a energia enorme que tem, foi conseguindo fugir às marcações e logo aos seis minutos ia conseguindo abrir o marcador ao receber na área e cabecear à baliza. Cássio, com uma grande defesa, negou-lhe o golo. Mas o avançado foi continuando a tentar, sobretudo no corredor esquerdo em combinação com Andrezinho e com Hélder Lopes. Este último, aliás, com muito trabalho no corredor esquerdo, mas a conseguir anular Heldon sempre que o cabo verdiano tentava subir por aquele corredor.
 
À meia hora de jogo, o Paços voltou a estar muito perto do golo. Edson Farias a aproveitar um atraso de Roderick para Cássio, a ganhar, a contornar o guarda-redes, mas depois, de baliza aberta, a rematar à malha lateral.
 
O Rio Ave ia chegando também à área, sobretudo através do cruzamentos de Marvin, que fez uma bela exibição, mas até então sem grande perigo. Até que, aos 37 minutos, Marvin subiu muito bem, aproveitou um deslize da defesa e cruzou direitinho para os pés de Heldon, à boca da baliza. O caboverdiano só teve que empurrar e estava feito o primeiro.
 
Três minutos depois, novo golpe. Atraso de Christian para a área, onde andava Helton. Fábio Cardoso também ficou surpreendido e não conseguiu evitar que o avançado lhe conseguisse fugir e fizesse o 2-0.
 
Ficou então, ainda na primeira parte, selado o destino do Paços. Ainda havia tempo, bastante tempo para virar o jogo. O querer, a raça, não faltaram. Faltou a cabeça, discernimento, maturidade.
 
Na segunda parte, Jorge Simão fez entrar Roniel e Fábio Martins, dois jogadores que mexeram com o ataque. Mas o Rio Ave assumiu o controlo do jogo e a dupla Marvin-Heldon não deixava de procurar a baliza. Do outro lado, apesar de precisar muito de marcar, o Paços não conseguia criar perigo e o tempo ia passando.
 
Aos 83 minutos, Edimar ainda deu a última estocada, com um golaço de livre. 3-0, um resultado que não se esperava pelo equilíbrio dos primeiros minutos de jogo, mas inteiramente justa pelo domínio que os rioavistas conseguiram no jogo.
 
À quinta jornada, o Paços sofreu a primeira derrota, e o Rio Ave fez o melhor jogo de um início de época em que tem sido massacrado pelas lesões.