A FIGURA: Tomané

Sempre que saiu da área para descair para os flancos criou perigo. Aos 9’, caiu sobre a esquerda e ultrapassando Ricardo assistiu Pedro Nuno para o primeiro do Tondela. Minutos depois caiu sobre a direita e arrancou um amarelo ao seu marcador direito – Ricardo raramente tinha pernas para o acompanhar. Não é novidade esta dinâmica. Já contra o Moreirense, na última jornada, o golo da equipa de Pepa nasceu de uma assistência de Tomané sobre a esquerda. Ainda assim, o Paços parece ter sido surpreendido esta noite pela movimentação do ponta-de-lança tondelense. Na segunda parte, com a equipa mais encolhida e a jogar com menos um, deixou sempre alerta a defensiva contrária. As pilhas duraram até aos 84 minutos de jogo. O ponta-de-lança tondelense provou que não é preciso marcar para decidir.

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O MOMENTO: Minuto 9. Golo de Pedro Nuno

Nove minutos de jogo e o Tondela já inaugurava o marcador. Tomané saiu do eixo do ataque e veio buscar a bola ao flanco esquerdo, desposicionando o seu marcador direto, Ricardo. Seguiu-se o cruzamento para a área e Pedro Nuno a aparecer solto a fazer o golo. 1-0, com aparente facilidade. A jogada repetiu-se uma e outra vez ao longo do jogo. De cada vez que Tomané derivava para o flanco abria-se um fosso no eixo da defensiva pacense.  Surpresa? Qual surpresa?

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OUTROS DESTAQUES:

Quiñones

Muito ofensivo. O lateral colombiano acrescenta unidades ao ataque pacense. Apareceu bem sobre a esquerda, a cruzar ou a dar opção de passe a Xavier. Além disso, não descurou as suas costas: não foi pelo seu lado que o Tondela mais criou perigo. Os golos forasteiros nasceram no flanco contrário.

Assis

Começou a médio, passou para lateral direito e voltou à posição inicial. Apesar das variações, foi dos que menos oscilou esta noite na equipa pacense. Bem no passe, nas recuperações de bola e até nos cruzamentos. O médio brasileiro emprestado pelo Sp. Braga é um bom reforço de inverno para a equipa de João Henriques.

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Pedro Nuno

Passa por ele o jogo ofensivo dos beirões. Tal como as bolas paradas. Esteve sempre em jogo, a lançar os companheiros de equipa nas costas da defesa pacense ou então a conduzir transições rápidas. Aos 9’, escapou na área a Gian e apareceu solto para inaugurar o marcador.

Tyler Boyd

Pepa apostou nele para o ataque e o neozelandês correspondeu. Uma excelente exibição, tanto pelo flanco direito como no eixo do ataque. Aos 36', fez o segundo do Tondela num bom golpe de cabeça. Na segunda parte, mesmo com a equipa mais retraída, manteve a defesa adversária em sentido.

Ricardo Costa e Jorge Fernandes

Um fez história no FC Porto, outro quer fazer. Ricardo Costa foi um dos esteios da segurança defensiva da equipa de Pepa esta noite. Impecável no desarme e no posicionamento, causou ainda perigo lá na frente, de cabeça, em lances de bola parada. Quando a Jorge Fernandes, o jovem central da equipa B dos dragões, emprestado no mercado de inverno aos beirões, fez a sua estreia, proporcionada pela expulsão de Ícaro: meia-hora em campo com boas indicações.