Não era fácil de descortinar, mas algures na Mata Real havia um caminho para sair da crise que Paços e Vitória atravessam neste início de temporada.

Pedro Martins e Vasco Seabra procuraram sem encontrar um trilho que os levasse aos três pontos: o Vitória apenas venceu na primeira jornada, o Paços nem isso, ainda não conquistou qualquer triunfo.

Estavam sob pressão à entrada para o jogo desta tarde e assim continuaram depois dele, com um zero bem redondo a estender-se do marcador à exibição das duas equipas.

Paços de Ferreira -Vitória de Guimarães, 0-0: filme do jogo 

Muita luta, sem dúvida, mas pouco futebol, apesar das alterações que os dois técnicos introduziram. Martins trocou Miguel Silva por Douglas na baliza e fez entrar dois Rafaéis, Miranda e Martins, para os lugares de Zungu e Texeira. Seabra fez entrar Francisco Afonso para a lateral direita, adaptando Bruno Santos ao lado contrário e tirou Bruno Moreira para colocar na frente de ataque o mais móvel Xavier.

Apesar de algum domínio territorial do Vitória, as melhores oportunidades da primeira parte até surgiram para o Paços, com a meia distância de Pedrinho e sobretudo Welthon, aos 44’, a obrigarem Douglas a salvar.

Pelos vimaranenses Rafael Martins deu alerta logo aos 6’, enchendo o pé na área para atirar a bola ao lado, sem dar sequência ao seu combate entre os defesas contrários – à semelhança do que sucedeu com Welthon do lado contrário.

Com o sol a pino na tarde pacense os ânimos viriam a aquecer com a expulsão de Mabil, por agressão a Jubal, em cima do intervalo, e o ambiente ficaria ainda mais escaldante com um lance muito polémico aos 51 minutos: Nuno Almeida mandou seguir um lance que se inicia numa falta sobre Pedrinho e acaba no golo do Vitória de Guimarães, para depois voltar atrás (ver Momento do Jogo, nos destaques).

Paços de Ferreira -Vitória de Guimarães, 0-0: destaques

Ânimos acesos e muita contestação dos dois lados, quase a cada lance. Mais luta do que futebol, portanto, vale a pena voltar a frisar, e um jogo sem grandes oportunidades.

O Paços, com menos um, encolheu-se ainda mais à medida que o tempo passava, atacando com cada vez menos elementos e obrigando Welthon a correrias desenfreadas para suprir as deficiências ofensivas.

Dominou até final o Vitória, sem contudo criar grande perigo, exceção a um lance de Hélder Ferreira, a cinco minutos dos 90, que dominou na área e rematou para a baliza, com Miguel Vieira a salvar em cima da linha de golo.

Chegou-se ao fim e dividiu-se justamente um ponto para cada lado. As duas equipas precisam de acertar o passo para encontrarem neste arranque de Liga o caminho da vitória.

Se o Paços teve sobretudo palmas à saída do relvado, o Vitória ouviu alguns apupos dos mais de mil adeptos encheram o topo sul e de forma impressionante cantaram ininterruptamente durante 90 minutos.