A FIGURA: Welthon

Eixo de gravidade relativamente baixo, porte atacarracado até, mas velocidade de execução e habilidade para dar e vender, além, claro está, do natural estilo gingão de correr. Ao ver um jogo do Paços é difícil não reparar no avançado que os castores descobriram no Remo, em Belém do Pará. Welton é uma espécie de Romário dos remediados. Salvaguardando as devidas distâncias, naturalmente, esse é um elogio enorme à sua capacidade de progredir com a bola colada ao pé ou de finalizar de forma letal, cabeceando com categoria e oportunidade, apesar de perder em altura para os seus marcadores diretos. Foi assim no lance do golo (24’), sobretudo, mas também do segundo (65’). Foi o seu quinto bis nesta primeira época no Paços e o 16.º golo em 28 jogos. Com apenas 24 anos, promete.

O MOMENTO: Minuto 65’. Baixinho no bis de Welthon

O Paços marcou, ofereceu a iniciativa de jogo ao V. Setúbal e quando a formação sadina criava mais perigo, o Paços voltou a marcar e a resolver o jogo. É uma lição de matreirice da equipa da Mata Real, muito graças ao oportunismo e qualidade de finalização de Welthon. Neste segundo golo, ele teve apenas de estar atento e surgir ao segundo poste para lançar-se de cabeça para marcar. Bem pode dividir aqui o mérito com Marco Baixinho, que apareceu bem a cabecear ao segundo poste e acabou por fazer uma assistência.

OUTROS DESTAQUES:

Marco Baixinho

Se Welthon resolveu lá na frente, no setor mais recuado Marco Baixinho foi um esteio da segurança defensiva dos pacenses. Quem não o conhece que não se deixe enganar pelo nome. Baixinho é alto, seguro e possante. Desta vez, o defesa-central foi determinante também no lance do segundo golo, ao fazer a assistência no lance que sentenciou a vitória pacense.

Meyong

Aos 36 anos, o histórico goleador camaronês voltou a marcar. E só isso já é digno de nota: ao décimo jogo esta época pelo Vitória, o primeiro golo. Meyong entrou em campo aos 68 minutos, para o lugar de Edinho, sofreu grande penalidade e converteu-a, em cima já dos 90. Foi apenas a tempo de reduzir.

Mikel

O médio nigeriano emprestado pelo FC Porto parece finalmente afirmar-se no futebol nacional. Em Setúbal encontrou um oportunidade de jogar com regularidade e não tardou em tornar-se numa referênciad o meio-campo da equipa de José Couceiro. Mikel é um tampão, com uma disponibilidade física assinalável e uma enorme capacidade de recuperação de bolas. Se acertar mais no passe, poderá tornar-se ainda mais influente.