Treze anos depois o Paços de Ferreira caiu para o segundo escalão do futebol português, num jogo em que só a vitória interessava para não ser necessário andar de calculadora na mão.

Para não depender de ninguém, o Paços de Ferreira estava obrigado a vencer em Portimão. Não o conseguiu e não evitou a descida. Nessa descida e avaliada apenas neste jogo, foi por culpa própria e pela inspiração de Leo, guarda-redes do Portimonense com duas defesas decisivas, quando o resultado era a diferença mínima e que recolocaria a equipa nortenha na discussão do resultado. Os algarvios aproveitaram depois para alargar a distância no marcador, quando a equipa de João Henriques "partiu-se" na busca desenfreada pela baliza algarvia. E, sabe-se, que com espaço o Portimonense é uma equipa muito perigosa.

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Pires marcou os dois golos do Portimonense em momentos oportunos: abriu o marcador quando o jogo estava equilibrado e depois deu o golpe final quando os forasteiros procuravam o empate.

Não foi por falta de oportunidades que os castores não obtiveram os seus objetivos, pois aos 50 segundos Luiz Phellype já estava a falhar boa ocasião, com um remate forte levando a bola a passar junto ao poste esquerdo da baliza. Respondeu de imediato o Portimonense, com Defendi a negar o golo a Pires. O sentido de baliza das duas equipas não foi perdido mas as oportunidades não eram tão claras, quando Pires inaugurou o marcador, num belo gesto, depois de rodopiar para se enquadrar com a baliza e finalizar uma bela assistência de Nakajima.

O Paços de Ferreira acusou o golo e Dener, mesmo em cima do intervalo poderia ter aumentado a vantagem algarvia. Só na segunda-parte os castores acreditaram que poderiam inverter a sorte e forçaram ofensivamente: criaram ensejos para marcar mas também ficaram expostos às rápidas transições dos algarvios que ao longo deste campeonato muitos estragos fez aos adversários.

Depois de Mabil ter desperdiçado aos 55, Pedrinho falhou de forma incrível o empate aos 57 minutos, quando com a baliza aberta desviou de cabeça em antecipação a Leo, com o guarda-redes brasileiro do Portimonense a ser decisivo aos 69 minutos, ao desviar com a ponta dos dedos uma bola vinda da cabeça de Ricardo. O Paços falhava oportunidades e o Portimonense... não! E, num contra-ataque, voltou o instinto matador de Pires, que encostou para dentro após um remate de Nakajima que Defendi defendeu para a frente.

Faltavam 13 minutos e a recarga do avançado do Portimonense acabou de vez com as esperanças dos castores que com o ouvido noutros estádios sabia que só a vitória os salvaria da descida. Numa última tentativa, João Henrique mandou Ricardo avançar para área contrária e a sua equipa ainda conseguiu reduzir, por Ruben Micael. Restavam cinco minutos e dois golos para a salvação, que não viriam a aparecer. E como se não bastasse a esperança morreu de vez nos descontos quando Wellington voltou a marcar para o Portimonense em nova saída rápida.

Depois do apito a tristeza toldou os jogadores pacenses que foram assobiados pelos seus adeptos. Mas, mesmo assim, dirigiram-se ao sector onde eles estavam.