Pedro Proença considerou que o lançamento de um campeonato sub-23 a partir da próxima época por parte da Federação Portuguesa de Futebol não joga com a existência das atuais equipas secundárias.

«As equipas B e o campeonato sub-23 são duas realidades que devem e podem viver em perfeita harmonia. Eu diria mesmo que são complementares. Existem treinadores que manifestaram publicamente que são totalmente a favor da continuidade das equipas bês e da vertente competitiva que uma segunda liga oferece», começou por dizer durante um discurso proferido no segundo e último dia do «The Future of Football», congresso internacional organizado pelo Sporting.

O presidente da Liga considerou que o atual modelo traz mais-valias desportivas - nomeadamente ao nível dos resultados das seleções - Proença alertou para a importância de preservar aquilo que, defendeu, é o pilar da sustentabilidade do futebol português e, por arrasto, das sociedades desportivas: a exportação de jogadores.

«Portugal, por ter tradição na exportação de talentos e até pela dimensão que tem, não pode dar-se ao luxo de abdicar de mais de 8 mil atletas que encontram dificuldades na transição da formação para as camadas jovens. Manter este espaço sem hipotecar o de outros. O que não invalida que não pode haver uma experiência competitiva de um campeonato sub-23. Manter este espaço sem hipotecar o de outros é a nossa perspetiva: podemos e devemos ter mais uma competição. Da mesma forma, o futebol português não pode abdicar de mais de 375 milhões de euros, número que resulta das transferências de jogadores que passaram pelas equipas B desde 2012. No início desta temporada foram transacionados mais de 132 milhões de euros só com futebolistas que atuaram nas equipas B. São número sintomáticos aos quais devíamos tomar a máxima atenção», finalizou o dirigente.