João Pica, eleito pelo Maisfutebol como a figura da jornada 31, chegou a Tondela na temporada 2011/2012, encontrando um clube ambicioso, mas que ainda lutava pela ascensão aos campeonatos profissionais. Consegui-lo-ia no final dessa mesma época, com um contributo inegável do alentejano que chegou ao distrito de Viseu, fixando-se numa equipa com a qual iria viver duas subidas de divisão em quatro anos, e que facilmente descreve como aquele em teve «mais alegrias».

Natural de Moura, distrito de Beja, o central de 30 anos fez toda a sua formação a sul do Tejo, entre o Moura, o Desp. Beja, o Elvas e o V. Setúbal, onde esteve três anos. Porém, é a Norte que tem feito o percurso sénior, tendo passado pelo Ribeirão, Varzim e Moreirense antes de estabilizar no Tondela, onde, garante, reconheceu imediatamente potencial de crescimento.

«Já tinha passado por clubes históricos do nosso país e quando cheguei a Tondela percebi que o clube tinha uma margem de progressão muito grande», introduz Pica, descrevendo a realidade que encontrou, com «pessoas sérias e competentes». «Sabia que a ascensão ia ser rápida e tive o prazer de fazer parte dela», resume.

Dos cinco anos que leva com a camisola auri-verde, Pica escolhe facilmente as maiores alegrias que viveu: as duas subidas de divisão e o título da II Liga, conquistado no ano passado. Ele que até assumiu um papel importante nesse troféu, uma vez que, apesar de jogar a defesa-central, tem um faro especial para fazer golos decisivos – como já mostrou por duas vezes esta época – e foi um dos marcadores, no importante empate diante do também candidato D. Chaves, na penúltima jornada da época passada.

«Esse golo foi importante e nunca o esqueço. [Na época passada] fiz apenas um golo, mas valeu a pena porque foi na altura certa», exalta, em declarações por escrito ao nosso jornal.

Quem assiste aos jogos do Tondela percebe que o camisola 3 é dos jogadores mais acarinhados pelos adeptos. «Tondela é uma cidade pequena em que toda a gente se conhece e frequenta os mesmos sítios. Quando cheguei, fui muito bem recebido e isso marcou-me. Para além do futebol, tenho muitos amigos e talvez isso faça com que haja uma admiração maior», reconhece Pica, afirmando sentir-se «muito acarinhado por toda a gente.»

A história que tem escrito no clube – onde é um dos atletas mais antigos – ajuda a perceber a relação, mas também a forma como vibra com os bons momentos, sendo sempre dos mais efusivos nos festejos. E Pica assegura que o Tondela tem vontade de voltar a celebrar no final desta época, mas atira em força, com é seu jeito: «há trabalho a fazer antes de festejar».