E ao sétimo jogo, a primeira vitória do Boavista de Jesualdo Ferreira.

A primeira vitória do Boavista fora de casa nesta edição do campeonato, à nona deslocação.

Uma vitória com reviravolta.

Com crença e vontade, após uma semana marcada pela saída conturbada de Ricardo Costa da estrutura do futebol da pantera.

Solidariedade, eficácia e concentração. Mas, sobretudo, reação à adversidade. O Boavista viu-se em desvantagem a partir do minuto 36, mas conseguiu empatar em cima do intervalo por Alberth Elis. Depois, na segunda parte, aos 64 minutos, Paulinho teve de esperar pela confirmação do VAR para festejar a reviravolta no marcador.

O Boavista soma a segunda vitória na I Liga e sai do último lugar, ainda que à condição, à espera dos resultados de Farense e Gil Vicente. Mas ganha outro fôlego para o futuro, soltada a tensão de quem não vinha de resultados positivos.

O filme da jornada 16 em Portimão foi um vaivém. Em campo, pela vontade das equipas em chegarem às balizas. Pelas vicissitudes de todo o jogo. Paulo Sérgio viu-se privado de Fali Candé no aquecimento, por lesão, lançando Moufi na direita da defesa e colocando Anzai na esquerda.

A primeira parte foi equilibrada e o 1-1 ao intervalo espelhou-o. Não houve grandes ocasiões de golo, mas as que existiram com mais clareza acabaram dentro da baliza. Aos 36 minutos, Anzai iniciou uma jogada pela esquerda e Fabrício, após bom trabalho sobre Cristian Castro, cruzou para um remate de primeira de Ewerton para o fundo da baliza.

Mas a diferença durou apenas nove minutos. O Boavista, que parecia ainda mais no abismo com o 1-0, reagiu e Alberth Elis fez a pantera rugir, com uma recarga certeira após remate de Nuno Santos defendido para a frente por Ricardo Ferreira.

Este, talvez, tenha sido o lance que espoletou uma segunda parte mais macia dos de Portimão e mais afoita do Boavista, que foi acreditando que era possível levar mais do que um ponto.

Angel Gomes demonstrou-o com um remate para a defesa da noite, de Ricardo Ferreira, aos 49 minutos. Depois, em quatro minutos, um turbilhão de incidências resultou no momento decisivo.

Aos 60 e 61 minutos, Paulinho e Chidozie viram o quinto cartão amarelo na Liga e ficaram a saber que não jogam com o Gil Vicente. A seguir, Nuno Santos evitou mais um problema ao cortar o golo a Bruno Moreira em cima da linha.

Depois... depois a felicidade. Finalmente, dizem os de xadrez, que tiveram a cavalgada certa ao minuto 64, nos pés do talentoso Angel Gomes, que rematou em arco ao poste para, na sobra, Paulinho fazer o seu primeiro golo pelo Boavista, ao 42.º jogo oficial pelo clube. Mais decisivo não podia ser, mas ainda precisou de validação do VAR. Na verdade, nem precisava, pois Maurício colocava Paulinho em jogo por 131 centímetros.

Confirmação dada para o centro do relvado, o Boavista agarrou com unhas e dentes o triunfo. Ganhou confiança, não deixou mais o Portimonense incomodar e segue para casa com uma vitória que, até então, só tinha sido conseguida ante o Benfica.

O resumo do jogo: