Peito feito, armadura colocada, escudo junto à perna e espada em riste. Pelo flanco direito ou pelo esquerdo, até pelo meio da defesa contrária, o Sporting de Braga arrumou o Portimonense com três golpes profundos na primeira. Resguardou-se, depois, um pouco, soube aceitar a retaliação contrária e por fim, aplicou o golpe de misericórdia (4-1).

Não foi preciso esperar muito, de resto, pelo primeiro golpe. Todos temos um plano até sofrermos o primeiro golpe, não é verdade? Depois de um passe magistral de Bruma, Abel Ruiz fuzilou Nakamura e fez o 1-0 logo aos dois minutos.


Os algarvios tentaram reagir, mas faltou-lhes agressividade ofensiva nos primeiros 32 minutos. O problema foi que por essa altura, já se apanhavam a perder por 2-0. Responsabilidade de Iuri Medeiros e do seu pé esquerdo de qualidade – execução perfeita de um livre direto resultou em novo golo.


Combalido, o Portimonense ameaçou tornar a luta igual não fosse Matheus ter adivinhado a intenção de Welinton de lhe fazer um chapéu. Volvidos dois minutos, Niakaté elevou-se e cabeceou de forma vistosa para o 3-0.


Os algarvios tinham uma Pedreira, tal como a do estádio, para escalar. Sem capacidade para travar a fluidez ofensiva do jogo contrário (Sp. Braga entrou por dentro, pela esquerda e pela direita), o Portimonense foi forçado a responder aos golpes… da mesma forma. Em cima do intervalo, Rui Gomes, que havia entrado aos 26 minutos, encurtou distâncias.


A qualidade de jogo do Sp. Braga caiu na segunda parte. Além do conforto que o marcador lhe oferecia, não teve Al-Musrati, “poupado” por Artur Jorge – era um dos jogadores em risco de falhar a visita à Luz em caso de amarelo.


Houve, por isso, margem para o Portimonense crescer na partida. No entanto, faltou arte e engenho para conseguir reentrar na partida – houve ameaças de Welinton e de Rui Gomes, mas não passaram disso mesmo.


Artur Jorge fez o que lhe competia a partir do banco e retirou André Horta, outros dos jogadores “à bica”. Mesmo em ritmo de gestão, o Sporting de Braga teve capacidade para chegar à goleada num golo oferecido por Niakaté a Ricardo Horta.


Até final houve oportunidades para um resultado mais volumoso, mas Nakamura não colaborou e foi impedindo a “manita” bracarense.


Este Sp. Braga, para já segundo classificado à condição, arrisca-se a entrar para a legião mais notável: está a cinco pontos de superar a melhor pontuação na Liga quando ainda há 12 em disputa.


É, sem dúvida, um candidato à entrada direta na Champions. E quiçá, é também um candidato ao título – o jogo na Luz no próximo fim de semana poderá dissipar essas dúvidas.