O FC Porto venceu este sábado o Valência no desempate através da marca das grandes penalidades após um nulo no final dos 90 minutos no primeiro jogo dos dragões na Colónia Cup.

A máquina ainda não carbura na perfeição, mas este FC Porto está cada vez mais próximo do que Julen Lopetegui pretende para 2015/16.

FICHA E FILME DO FC PORTO-VALÊNCIA

No quinto teste da pré-época, diante do Valencia, os azuis e brancos foram melhores em quase todos os aspetos do que a formação orientada por Nuno Espírito Santo. O dragão teve mais bola, mais remates, mais oportunidades de golo, mas continua com pouca chama lá na frente.
 
Aboubakar não é Jackson, claro, mas mostrou vontade de ocupar a vaga deixada pelo colombiano, que rumou ao Atlético Madrid, e até podia ter aberto a contagem logo aos dois minutos. O camaronês recebeu de Maxi Pereira, rodou e atirou de pé direito à trave da equipa «che».
 
Lopetegui voltou a apostar num 4-3-3, com André André, Danilo e Evandro no meio-campo (o brasileiro teve de sair aos 21 minutos para dar entrada a Herrera), e apesar dos bons sinais dados pelos azuis e brancos, principalmente no primeiro tempo, os problemas do último jogo (0-0 com o Schalke) não foram totalmente erradicados. Continua a faltar um elo de ligação entre o meio-campo e o ataque.
 
O diagnóstico está feito, não está solucionado, mas Brahimi foi tentando disfarçar a incapacidade dos dragões em materializarem a supremacia territorial. Enquanto esteve em campo, o argelino foi quase sempre o melhor em campo do lado do FC Porto, dando muito trabalho ao português João Cancelo, que cumpriu os 90 minutos no lado direito da defesa do Valencia.
 
Depois de uma primeira parte com algum bom futebol e onde os azuis e brancos beneficiaram das melhores ocasiões (Aboubakar duas vezes e Danilo numa ocasião) diante de uma equipa espanhola sem ideias, a segunda parte foi disputada a um ritmo mais lento.
 
Lopetegui fez três mexidas para o arranque do segundo tempo e a segunda parte foi avançando com muitas paragens pelo meio e pouco futebol. Apenas Casillas e Maicon cumpriram os 90 minutos.
 
A intensidade dos dragões desceu e o Valencia cresceu. Mas pouco. Só por uma vez a equipa de Nuno Espírito Santo teve nos pés o golo, por Parejo, que rematou para corte fundamental de Martins Indi.
 
Com muitas mexidas no xadrez, o FC Porto até pode ter ganho pulmão, mas perdeu entrosamento. Lá na frente, Brahimi, Aboubakar e Tello deram lugar a Hernâni, André Silva e Varela, mas foi Sérgio Oliveira quem podia ter resolvido o jogo a favor dos azuis e brancos, com um remate forte à barra de fora da área.
 
O nulo prevaleceu, teimoso, até ao final dos 90 minutos. Não houve direito a prolongamento. Afinal, na pré-época ainda não há pedalada para isso. Saltou-se para os penáltis, que se arrastaram até que Casillas se atirou para o lado direito e defendeu um pontapé de Cancelo.
 
O triunfo até terá chegado tarde. A equipa de Julen Lopetegui foi quase sempre superior ao longo dos 90 minutos diante de de um Valência que parece ainda estar muito longe da forma evidenciada ao longo da época passada. No reino, a defesa parece ser o setor mais sólido e o meio-campo, apesar de organizado, ainda parece pouco talhado para andanças ofensivas.

Faltará só isso para solucionar problemas de pólvora seca?