Um ponto para cada lado, mas a unidade somada pelo Belenenses sabe muito a pouco: os azuis do Restelo fizeram tudo, este sábado, para sair dos Barreiros com um resultado muito mais positivo que o nulo. 

Na estreia de Silas, a equipa apresentou um futebol intenso e agradável, com muito critério na circulação de bola e com pendor claramente ofensivo.

Ora por falar em Silas, já agora, interessa dizer que o novo técnico não tem o nível IV do curso necessário e cedeu o papel de treinador principal na ficha de jogo a Márcio Santos, treinador de guarda-redes. Silas assumiu na prática o papel principal, porém, ao dar constantemente indicações para dentro de campo. Vem por aí mais uma multa, portanto.

Do lado da equipa da casa, Daniel Ramos manteve-se fiel ao estilo de jogo algo cínico, com a cedência da iniciativa de jogo ao adversário para apostar nas transições rápidas. Mas o Belenenses estava avisado.

O jogo começou praticamente com duas boas oportunidades para inaugurar cedo o marcador, mas tanto Maurides e Ricardo Valente atiraram muito ao lado. 

Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto

Mais esclarecidos, os azuis assumiram depois o controlo do jogo. Aos 15 minutos, estiveram até muito perto de marcar: Maurides isolou Chaby, que rematou de pé direito para grande defesa de Charles. A bola ainda subiu, enrolada, mas quando se dirigia para a baliza, apareceu Zainadine a tirar em cima da linha de golo.

A partida caiu depois numa toada intensa, com o Belenenses a manter uma circulação de bola em toda a extensão do relvado, e com Bakic, que chegou este mês ao Restelo por empréstimo do Braga, no centro da condução.

O internacional montenegrino também assumiu a marcação dos livres em zona ofensiva. Aos 28 minutos, esteve perto de esticar as redes de Charles, depois de atirar uma bomba à trave, num remate desferido a uns bons 30 metros.

Lance vistoso, mas ferido de legalidade, uma vez que Bakic não podia atirar direto à baliza pois o árbitro havia assinalado livre indireto. O guarda-redes do Marítimo não se apercebeu de tal fato e correu o risco de sancionar o golo, caso a bola que ainda tocou tivesse tomado o rumo das suas redes.

O domínio dos azuis intensificou-se mas sem efeitos práticos. Ainda assim, perto do intervalo, o Marítimo suspirou de alívio ao ver o esférico passar ligeiramente ao lado da sua baliza após uma bela jogada do Belenenses: Chaby cruzou e Maurides amorteceu de cabeça para o disparo de André Sousa.

Daniel Ramos aproveitou o intervalo para consumar as alterações que se impunham na sua equipa.

O Marítimo passou praticamente o primeiro tempo sem produzir lances ofensivos, fruto de muitas perdas de bola e falta de objectividade nas transições, embora o Belenenses tenha contribuído para este cenário através de uma pressão alta e intensa. 

Fabrício Baiano foi então sacrificado, tendo sido lançado no jogo o internacional arménio Ghazaryan. O treinador dos madeirenses procurava mais consistência no meio campo.

Charles segurou o nulo: os destaques do jogo

A alteração trouxe melhorias no Marítimo, mas o perigo continuou reservado para a baliza de Charles. Aos 55 minutos, por exemplo, um cruzamento em esforço de Pereirinha provocou um alívio algo displicente de Fábio Pacheco, que colocou a bola à mercê de Maurides para atirar a contar, mas o remate acabou no ferro.

Foi sem dúvida uma perdida incrível por parte do avançado brasileiro.

Ainda havia muito tempo para jogar e o Belenenses voltou a assumir o controlo do jogo. Mas do lado do Marítimo acabaram-se as ofertas.

A partir dos 60 minutos, o jogo começou a ficar aberto, muito por culpa das alterações nos onzes que foram sendo operadas por ambos os técnicos, embora Silas tenha sido a obrigado a mexer algumas peças devido a problemas físicos no caso de Pereirinha.

O jogo aberto não originou, contudo, mais lances de perigo às balizas. O Belenenses dominava mas teve de ceder a iniciativa aos 80 minutos, com a expulsão de Nuno Tomás, que viu dois cartões amarelos em pouco mais de dois minutos.

A equipa de Daniel Ramos pôde finalmente subir no terreno e foi já em período de descontos que conseguiu fazer o primeiro e único remate enquadrado da partida, num cabeceamento de Gamboa, já nos descontos da partida.