Um Marítimo com muitas poupanças a pensar na Liga Europa foi suficiente para vencer, este domingo, um Boavista que ainda não somou qualquer ponto na Liga. Bebeto assinou o único tento de um jogo que valeu pelo futebol praticado na segunda parte.

Os axadrezados acabaram o jogo a lutar desesperadamente para chegar à igualdade, mas a muralha defensiva dos madeirenses revelou-se intransponível.

O Marítimo apresentou-se em campo, de resto, com seis alterações no onze em relação ao último jogo, que disputou em casa (0-0) frente ao Dínamo de Kiev, para o play-off da Liga Europa: Fábio Pacheco, Jean Cléber, Filipe Oliveira, Ibson, Edgar Costa e Lundberg surgiram nos lugares de Erdem Sen, Éber Bessa, Gamboa, Ricardo Valente, Piqueti e Everton. 

Já o Boavista fez duas alterações, Edu Machado e Raphael Rossi entraram para os lugares de Nuno Henrique e de Tiago Mesquita, relativamente ao jogo com o Rio Ave.

Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto

A equipa portuense entrou decidida a surpreender os madeirenses, procurando explorar uma eventual falta de entrosamento numa equipa em que mais de metade dos seus elementos atuava em conjunto pela primeira vez em jogos oficiais.

Contudo, a defensiva verde-rubra foi resolvendo como podia, com excepção de um lance, aos 12 minutos, quando Fábio Espinho, na cobrança de um livre conseguiu encontrar a cabeça do central Rossi, que quase sem marcação, atirou à malha lateral da baliza de Charles.

Apesar deste remate, a equipa de Daniel Ramos não acusou a pressão axadrezada e reagiu cinco minutos depois. Um cruzamento de Luís Martins ficou ao dispor de vários colegas, mas nenhum deles conseguiu desviar para a baliza de Vagner.

O Marítimo, que teve de lançar Gildo no jogo devido a lesão de Edgar Costa, já havia sacudido a pressão dos visitantes e passado a dominar o jogo, instalando-se no meio campo do Boavista. Mas apesar de ter começado a chegar com mais frequência à área da formação de Miguel, esta também se revelou capaz de resolver as investidas madeirenses sem grandes problemas.

Até ao intervalo, ficou na retina apenas mais um lance que descreve muito bem a ineficácia atacante que marcou a primeira parte do jogo: aos 40 minutos, na sequência de um canto cobrado por Luís Martins, o sueco Lundberg não conseguiu cabecear no interior da pequena área.

O regresso ao relvado, que não se apresentava em boas condições – tal como ficou bem patente no jogo com o Dínamo de Kiev – fez-se sem alterações. Os técnicos, apesar da fraca produção ofensiva das respetivas equipas, apostavam na continuidade. Pelo menos até ver.

Quando a etapa complementar ameaçava ser uma cópia da inicial, o Marítimo chegou ao golo. Aos 57 minutos, após cruzamento de Lundberg, Bebeto dominou de peito no interior da grande área e atirou de pé esquerdo para o fundo das redes.

Gildo entrou cheio de gás: os destaques do encontro

Miguel Leal mexeu logo no seu onze, fazendo entrar Ivan Bulos para o lugar do apagado Leonardo Ruiz. Mas foi o Marítimo, através de Gildo, que esteve perto de chegar ao segundo. Zainadine lançou Bebeto, que cruzou junto à linha para Gildo, em salto de peixe, cabecear por cima da barra, levando o estádio a arrancar cabelos...

Pouco depois, Fábio Espinho podia ter feito melhor quando o esférico foi ter consigo após um soco de Charles. Com o guardião algo desenquadrado em relação aos postes, o remate de primeira, saiu muito por cima.

O melhor que o Boavista conseguiu fazer foi aos 80 minutos, quando Ivan Bulos cabeceou quase sem marcação para uma defesa apertada de Charles.

O jogo acabou nas imediações da área do Marítimo, onde também se encontrava o guardião boavisteiro Vagner. Mas o tudo por tudo do Boavista não conseguiu ultrapassar a muralha verde-rubra.