Não é um balão de oxigénio, mas ajuda a espreitar a superfície. O Tondela conseguiu este domingo a terceira vitória da época na Liga ao vencer (1-2) no terreno do Moreirense. A equipa de Petit esteve em desvantagem, mas conseguiu dar a volta ao resultado e segurou o triunfo. Rafael Martins falhou uma grande penalidade e apontou um autogolo.

Continua a malapata do Moreirense nos jogos em casa, há mais de dois meses que os pupilos de Miguel Leal não sabem o que é vencer, perderam nos últimos três jogos em Moreira de Cónegos e foram surpreendidos por um Tondela que apenas havia somado dois pontos nos últimos oito jogos.

Com o Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas mais composto do que é habitual, e com o campeonato a encaminhar-se para a fase das decisões Moreirense e Tondela e protagonizaram um jogo incaracterístico. Muitos nervos na disputa de bola e muitos erros de parte a parte tornaram o jogo uma autêntica caixa de surpresas.

O Moreirense adiantou-se no marcador logo aos onze minutos num lance em que Bruno Nascimento ficou mal na fotografia. Num lance aparentemente inofensivo o defesa cabeceou para o chão e deixou a bola à mercê do oportuno Rafael Martins que aproveitou para abrir o marcador.

O golo parecia encaminhar o Moreirense para uma tarde tranquila, Nildo e Iuri Medeiros tiveram nos pés a oportunidade de ampliar a vantagem mas mostraram-se desacertados na hora de alvejar a baliza de Cláudio Ramos.

Não marcou o Moreirense igualou a partida o Tondela na transformação de uma grande penalidade a castigar falta de Danielson sobre Wagner. Nathan Junior levou a melhor no duelo com Stefanovic e intranquilizou ainda mais a equipa do Moreirense.

Não fosse a atrapalhação dos homens mais adiantados a definir as jogadas e as movimentações ofensivas da turma de Petit podiam ter tido outro aproveitamento. Num dos derradeiros lances do primeiro tempo Wagner fez a bola embater de forma violenta no travessão da baliza do Moreirense.

Mas, o jogo estava mesmo incaracterístico e até Rafael Martins falhou na marca dos onze metros. Infantilidade do capitão Nuno Santos a atrasar o esférico para o guarda-redes, obrigando Cláudio Ramos a fazer falta sobre Iuri Medeiros, que foi mais rápido a chegar à bola. Contudo, Cláudio Ramos desfez o erro de Nuno Santos e parou de forma irrepreensível a grande penalidade de Rafael Martins.

Qualquer uma das equipas podia ter ido para o descanso a vencer, nenhuma das equipas justificava cabalmente a vantagem. Golos em contraciclo, uma grande penalidade para cada lado e uma falta de lógica que apenas a lógica do futebol é capaz de entender.

Com uma hora de jogo cumprida, o Tondela adiantou-se no marcador com um autogolo de Rafael Martins. Ao tentar suster um livre de Nuno Santos o avançado tocou ao de leve na bola e fê-la sobrevoar toda a área até cair de forma fatídica no interior da sua baliza.

Em vantagem no marcador, recorde-se que o Tondela soma apenas duas vitórias na Liga, os homens de Petit agarraram-se com tudo à vantagem mínima, muitas vezes fazendo por retardar o encontro, deixando o Moreirense ainda menos tranquilo.

Se o jogo já estava incaracterístico ainda mais o ficou, com grandes penalidades pedidas a qualquer contacto, contestação constante e pouco futebol para amostra. O Moreirense acabou apenas com um central, o Tondela com três no eixo da defesa. Conseguiu os seus intentos, resistiu à investida Moreirense que inclusive contou com Stefanovic no ataque no último fôlego.

Triunfo que faz o conjunto de Petit acreditar com mais força. Passa a somar treze pontos, menos dez do que o seu opositor desta tarde e beneficia das derrotas de Académica e Boavista para que a matemática também ajude nesta crença tondelense. As mesmas derrotas, de Boavista e Académica, que permitem ao Moreirense não ver a linha de água aproximar-se perigosamente.