O efeito José Viterbo mantém-se e a Académica saiu da Pedreira com um ponto no jogo inaugural da 26ª jornada da Liga. Deu mais Braga, os arsenalistas sondaram o golo por várias ocasiões, mas prevaleceu a organização da Académica e um Cristiano intransponível na baliza.
 
A Académica ainda não perdeu com Viterbo no comando técnico, soma agora três triunfos e dois empates. O ponto conquistado no Municipal de Braga tem sabor a triunfo: os estudantes não somaram um único lance de perigo eminente, nem tão pouco ousaram conquistar um pontapé de canto. A Briosa sai da cidade dos arcebispos com o ambicionado ponto na bagagem, e deixa o Sp. Braga na pior fase da época.
 
Sérgio Conceição referiu na conferência de imprensa de antevisão ao jogo que as derrotas diante do FC Porto e do Benfica não condicionaram a equipa, mas a verdade é que os Guerreiros entraram em campo com o orgulho ferido e precisaram apenas de 37 segundos (!!!) para fazer abanar o ferro da baliza de Cristiano.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
 
O cruzamento de Djavan saiu muito chegado à baliza e beijou o poste da Briosa naquele que foi um sinal da toada que se registou nos instantes iniciais do encontro. Cristiano ia sendo a figura de uma Académica amorfa e sem capacidade de reação à entrada forte da equipa da casa.
 
Um domínio do Sp. Braga que foi esmorecendo com o evoluir do cronómetro. Mesmo assim, sem a intensidade dos primeiros minutos, continuava a haver mais Braga. Também por força da inoperância de uma Académica sem capacidade de armar jogo, que fez da organização e da ocupação dos espaços os seus principais traços identitários no municipal bracarense.
 
Apenas aos 36 minutos a Académica ousou rematar à baliza do russo Kritciuk; Nuno Piloto foi o autor de tal proeza.



Só Rui Pedro também teve astúcia suficiente para rematar à baliza no primeiro tempo por parte dos estudantes. Pouca Briosa para um Sp. Braga que chegou ao período de descanso com um punhado de oportunidades flagrantes de abrir o ativo, entre algumas quedas na área a pedir penálti: Bruno Paixão mandou seguir em todas elas.
 
O período de descanso pouco, ou nada, alterou. Os minhotos continuaram a dominar e a aparecer com mais frequência junto da baliza adversária. Faltava o golo, com a agravante de o relógio correr agora de feição às pretensões da Académica.
 
Depois de ter perdido Rafael Lopes na primeira parte devido a lesão, José Viterbo viu também Hugo Seco ter de abandonar o relvado devido a problemas físicos. Com mais de meia hora para jogar, o técnico da Académica fez regressar Fernando Alexandre à competição, dando sinais de que o segurar do empate interessava aos estudantes.

Confira os destaques do jogo: Cristiano, obviamente
 
Conceição respondeu com as entradas de Salvador Agra, Éder e Pedro Santos, tentando o assalto final à baliza do inspirado Cristiano. Sem sentido prático. As três armas lançadas pelo técnico arsenalista trouxeram vontade do banco de suplentes, mas pouco mais do que isso.

Os arsenalistas ainda reclamaram novo penálti, já nos descontos, num lance em que Iago se embrulhou com Zé Luís no interior da área. O braço do defesa da Académica está em contacto com o cabo-verdiano, mas uma vez mais Bruno Paixão nada assinalou.
 
O encontro teve praticamente sentido único, o Sp. Braga assumiu a supremacia e a Académica assumiu a luta pelo empate, tendo o jogo sorrido aos estudantes. Um ponto para cada lado, claramente com muito mais sabor para os de Coimbra do que para os bracarenses.
 
A equipa do Sp. Braga soma o terceiro jogo consecutivo sem vencer na presente edição da Liga, o que ainda não tinha acontecido até agora. Um cenário que se agudiza pelo facto de os arsenalistas terem ficado em branco nesses mesmos três jogos.