Figura: Bruno César

Na retina fica aquele minuto 29: Bruno César percebeu que Edu Machado ia fazer um passe atrasado, interceptou a bola e serviu-a a Bas Dost. Mas Bruno César foi mais do que isso. Foi, por exemplo, o homem que sofreu o penálti para o segundo de Bas Dost, foi o homem que cruzou para Bas Dost voltar a marcar e foi o primeiro a ameçar a baliza do Boavista com um remate perigoso.

 

Positivo: Bas Dost

Depois de um jogo sem marcar, o que é coisa rara quando se fala de Bas Dost, regressou ao golos, e a triplicar. Três golos fáceis, é verdade, mas um ponta de lança está lá para isso: encostou duas assistências açucaradas de Bruno César e converteu um penálti depois. Voltou a entrar na corrida pela Bota de Ouro, igualando Messi no topo da lista e ultrapassando Lewandowski e Aubameyang.

 

Negativo: Edu Machado e Talocha

O Boavista começou a perder este jogo nos laterais: dois erros individuais que fizeram desmoronar por completo a estratégia axadrezada. No primeiro golo, Talocha fez um passe mal medido, que permitiu a recuperação de Podence, que lançou Schelotto para assistir Alan Ruiz. Pouco depois, Edu Machado não olhou, fez um passe atrasado que isolou Bruno César e este assistiu Bas Dost.

OUTROS DESTAQUES:

Alan Ruiz

Marcou o sexto golo na Liga, sendo que todos foram conseguidos nos últimos oito jogos. Está por isso com o pé quente, ele que parece um jogador diferente: joga fácil, descobre sempre linhas de passe, faz o futebol da equipa fluir e surge nos sítios certos para aplicar o pé canhão. Está inspirado.

Schelotto

Que grande jogo do lateral direito. Foi dele, por exemplo, a assistência para o primeiro golo, descobrindo Alan Ruiz na marca de penálti para um golo fácil. Depois disso deixou Podence isolado na cara do guarda-redes, mas o colega falhou, serviu Bas Dost com perigo e nunca parou de correr.

Podence

O miúdo tem coisas realmente muito boas, mas precisa de crescer ainda. O que só vem dar razão a Jorge Jesus. Fantástico, por exemplo, a roubar a bola a Talocha e a lançar Schelotto no primeiro golo. Depois disso, porém, falhou isolado da cara de Meira e complicou várias vezes o futebol.

Renato Santos

O mais perigoso da equipa do Boavista andou sempre muito desacompanhado. Contudo, foi a ele que a equipa recorreu sempre que procurou sair para o ataque. Rápido e imaginativo, contou com a colaboração de Fábio Espinho para colocar Zeegelaar sob sentido e levar o futebol para a frente.