Adeus e obrigado.

Agora sim, o campeonato chegou ao fim do caminho. Fez a última curva, correu alguns metros e entregou-se às páginas da história. Um campeonato feliz para alguns, como é normal, feliz acima de tudo para o Benfica, e infeliz para outros, como também costuma ser normal.

Infeliz sobretudo para o Sporting.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores

A formação leonina realizou uma temporada a todos os títulos dececionante e, muito provavelmente por isso, teve dificuldades em abandonar esta época.

Considerou que o fim era um bom motivo para recomeçar e olhou para este jogo para além do óbvio: para além do ponto final no campeonato. Não quis lamber as feridas, nem curar as dores.

Olhou enfim para este jogo como o fim que pode ser o início de algo melhor: a próxima época.

Provavelmente a pensar nela, Jorge Jesus entregou a titularidade a vários jovens, a Ricardo Esgaio, Palhinha, Ruben Semedo ou Matheus Pereira, mas também a Gelson Martins e Podence.

Entrou em campo com oito jogadores da formação e fartou-se de dar indicações, numa espécie de começo de uma próxima pré-época na qual não cabem Joel Campbell, Castaignos ou Douglas.

Os miúdos, é preciso dizê-lo, portaram-se bem. Irrequietos, velozes, criativos, sobretudo a linha formada por Gelson Martins, Podence e Matheus Pereira agitou verdadeiramente o ataque, colocando várias vezes Bas Dost dentro o jogo. O ponta de lança agradeceu e fez mais três golos.

Dois deles de penálti, é verdade, o primeiro aos onze minutos, o que marcou o sentido do jogo. Logo a seguir, de resto, Bas Dost bisou e deu um impulso defenitivo ao resultado.

Nesta altura, convém dizê-lo, o holandês pareceu reentrar na corrida pela Bota de Ouro. Afinal de contas Messi estava só a dois golos de distância. O argentino, no entanto, bisou pouco depois e tornou a tarefa de Bas Dost hercúlea: seria necessário apontar quatro golos no que restava de tempo.

Ora o ponta de lança do Sporting só fez mais um, chegou aos 34 e ficou a três de Messi. O título de segundo melhor marcador europeu, pelo menos esse, já ninguém lho deve arrancar das mãos.

Notável, não é?

No fundo é a única notícia boa que fica da temporada do Sporting. Uma temporada, já agora, que deixa vários sinais preocupantes e que merecem reflexão para o futuro. Por exemplo os 36 golos sofridos durante o campeonato: uma média superior a um por jogo.

Bas Dost, quem mais? Veja os destaques da partida

O golo que sofreu este domingo é de resto paradigmático: William surgiu entre Coates e Ruben Semedo, entalado entre os dois centrais, e conseguiu desviar para o fundo da baliza. O Sporting sofreu, aliás, muitos golos assim, e é incompreensível que o faça.

Defendeu-se muito mal em Alvalade, portanto.

O erro não chegou para colocar o triunfo em perigo, mas serve para sublinhar o muito que a equipa tem de melhorar. A boa notícia é que sendo isto é uma espécie de início de pré-época, há tempo para o fazer.

Agora vão lá todos descansar.