Ponto prévio: a vitória desta noite teve muito de Bas Dost. O holandês fez, ele próprio, os dois primeiros golos, deu início ao terceiro, assistiu o quarto e marcou o quinto.

Esteve em tudo, portanto.

Voltou a marcar, um mês e meio depois da última vez, fez três golos e tornou-se novamente fundamental em frente à baliza. O que nos obriga a colocar uma questão: o que mudou entretanto?

Mudou essencialmente que até um monstro como ele é em frente à baliza precisa de amigos. Precisa de companheiros que arrastem adversários, que abram espaços, que confundam marcações e que o sirvam em boas condições para finalizar.

Foi isso tudo que o Sporting teve esta noite com a entrada de Podence em campo.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores

O avançado colocou-se mais perto de Bas Dost do que Bruno Fernandes costuma fazer, percorreu toda a frente de ataque, trocou várias vezes de posição com Gelson Martins e apareceu constantemente em jogo. É verdade que o Sporting não teve a meia distância que costuma ter, mas em compensação teve muito mais profundidade no último terço.

Bruno Fernandes, por outro lado, recuou no terreno, por troca com Battaglia, o que conferiu ao meio campo melhor toque de bola e mais capacidade de passe.

Foi portanto um Sporting menos atlético, mas mais talentoso, que entrou em campo e entrou em campo muito bem. Da primeira vez que rematou, aliás, marcou, na sequência de um canto de Bruno Fernandes que Bas Dost finalizou ao primeiro poste de cabeça.

Não reagiu bem ao golo, é verdade, teve uma série de maus passes que deixaram o Desp. Chaves tomar conta do jogo, mas reapareceu pouco depois para voltar a marcar... no segundo remate: Podence fugiu pela direita e cruzou para Bas Dost finalizar.

A velha dupla voltava a fazer estragos, portanto.

E Bas Dost desatou à cabeçada: os destaques do jogo

Nesta altura é necessário fazer um parêntesis nesta crónica para deixar um elogio rasgado ao Desp. Chaves.

Saiu vergado a uma goleada das antigas, é certo, mas teve uma atitude exemplar. Quis jogar à bola, teve posse de bola, jogou nos olhos do adversário, nunca abdicou dos bons princípios e foi fiel a si mesma. Tudo isto é sinal de uma equipa saudável e feliz.

Teve o azar de ver o Sporting marcar nos dois primeiros remates, o que desde logo ergueu muito cedo um muro de distâncias e transformou a confiança de cada equipa dentro do jogo, mas nunca teve aquela atitude defensiva, infeliz e tacanha de equipa pequena.

Talvez por isso, porque foi disputado por duas equipas que quiseram jogar e quiseram jogar bem, o jogo foi divertido e muito bom de se seguir.

O Sporting obrigou-se a jogar sempre bem, até porque era isso que também fazia o adversário, em futebol de toque rápido, exploração do espaços e desmarcações, o que trouxe mais quatro golos e momentos de bom futebol.

Vale a pena lembrar, por exemplo, o terceiro golo, num movimento interior de Bas Dost a arrastar os centrais, receber a bola e lançar Gelson, que assistiu Acuña para encostar.

Um excelente movimento coletivo.

Veja o terceiro golo do Sporting:

Vale a pena lembrar também o grande golo de Davidson, já nos descontos, a passar por Bruno César e por Mathieu, antes de fazer um chapéu perfeito a Rui Patrício.

Vale a pena lembrar também o grande golo de Davidson, já nos descontos, a passar por Bruno César e por Mathieu, antes de fazer um chapéu perfeito a Rui Patrício. 

Até Alvalade aplaudiu o golaço do jogador do Desp. Chaves.

Veja o golo do Desp. Chaves:

Por falar em aplausos, convém referir já agora que o maior aplauso foi provavelmente para Podence no momento da substituição: regressou para mudar a equipa, de facto.

É que até um monstro das grandes áreas como Bas Dost precisa de amigos assim.

Veja o resumo do jogo: