Académica e Arouca empataram esta tarde a uma bola no Estádio Cidade de Coimbra, numa partida marcada por um final polémico e muito agitado, no relvado e nas bancadas.
 
O começo de jogo no Cidade de Coimbra foi interessante, com ambas as equipas a imprimirem velocidade, sobretudo pelos corredores laterais. Por volta do décimo minuto, a formação da casa começou a ganhar ascendente e chegou ao primeiro golo aos 13 minutos, por intermédio de Gonçalo Paciência.
 
Nii Plange conduziu a bola com mestria, ultrapassou os obstáculos que lhe apareceram pela frente e cruzou com conta, peso e medida para a finalização do ponta de lança emprestado pelo FC Porto. A equipa de Filipe Gouveia não poderia ter desejado melhor começo de partida...

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
 
E o estado de graça dos conimbricenses prolongou-se pelo menos por mais 15 minutos, com Hugo Sêco e Nii Plange endiabrados nas alas e Gonçalo Paciência particularmente ativo na zona central do ataque. Apesar de tudo, o Arouca foi procurando responder, sobretudo através das iniciativas do rápido Artur.
 
Prestes a chegar a meia hora de jogo, Ricardo Nascimento esteve muito perto de fazer o segundo, mas Bracalli segurou a desvantagem mínima. Pouco depois, resposta arouquense com David Simão perto da igualdade, na sequência de um pontapé do meio da rua.
 
O rumo do primeiro tempo estava a começar a alterar-se e o conjunto orientado por Lito Vidigal acabou mesmo por chegar a uma merecida igualdade. Artur (quem mais poderia ser senão ele?) bateu um livre na esquerda e Maurides apareceu de rompante, cabeceando para o fundo das redes de Pedro Trigueira.

Veja os destaques: «ratos atómicos» com a corda toda
 
Ao intervalo, a igualdade aceitava-se perfeitamente, num jogo de futebol bem disputado. Muitos se perguntaram: porque é que este tipo de jogos não pode ser mais vezes assim? Com velocidade, intensidade, duas equipas dispostas a atacar e com a essência do futebol: golos.
 
O começo de segunda parte teve dinamismo dos artistas do costume da Académica. Aliás, a Briosa esteve bem perto de chegar de novo à vantagem, mas Gonçalo Paciência e Nii Plange aproveitaram boas chances para marcar o segundo.
 
Do outro lado, David Simão regia a orquestra e Maurides ia causando o pânico entre os centrais da casa. O irmão do portista Maicon esteve aliás muito perto de desfazer a igualdade ao minuto 59. 
 
O jogo foi ficando cada vez mais morno, sendo que as equipas iam acorando de vez a vez, como quando, por exemplo, Artur bateu um livre, com a bola a passar muito perto do poste direito de Pedro Trigueira. O «7» dos arouquenses foi um dos melhores em campo e de facto esteve perto de levar o prémio para casa naquele tiro...

João Capela em final polémico, com empurrões e cadeiras no relvado
 
Nos últimos 15 minutos, a Académica, jogando em 4x4x2 depois da troca de Hugo Sêco por Rabiola, esteve perto de sofrer o golo, em mais um lance no qual Maurides teve imenso espaço para atirar à baliza contrária. O brasileiro voltou a ter mais uma ocasião já a caminho dos 90 minutos mas o desvio à boca da baliza não foi o melhor...
 
No entanto, o momento do jogo estava guardado para o tempo de compensação. Gonçalo Paciência apontou um golaço daqueles de fazer levantar qualquer estádio, mas como na origem do lance estava um suposto fora de jogo de Leandro Silva, o tento acabou anulado. Como devem calcular, o estádio entrou em ebulição, com todos os elementos academistas revoltados, Marinho expulso por protestos e cadeiras a voar na direção do assistente que anulou o golo.
 
Um final pouco digno de espetáculo, na sequência de uma partida de futebol muito interessante. A igualdade acaba por ser justa.