Figura: Ricardo Ribeiro
Num jogo sem grandes fantasias atacantes, foi o estreante Ricardo Ribeiro a assumir o papel de figura do encontro. Jogou pela primeira vez esta época no campeonato, entrou sem aquecer à passagem dos primeiros dez minutos do encontro e logo para encarar Hugo Vieira numa grande penalidade. Excelente defesa a segurar o Estoril e a injetar uma grande dose de desconfiança no Gil. Partiu para uma exibição segura e livre de sobressaltos. A confiança foi tanta que no segundo tempo ainda teve tempo para fintar Hugo Vieira.

Momento: Ricardo Ribeiro, a frio, trava Vieira (minuto 14’)
Vagner foi descuidado e cometeu grande penalidade. Deixou o Estoril a menos um e com uma oportunidade para o Gil se adiantar no marcador. Veio ao de cima o herói mais improvável do encontro. O guarda-redes Ricardo Ribeiro entrou ainda a frio, foi necessário um colega apertar-lhe a bota, e travou a grande penalidade batida por Hugo Vieira com uma estirada vitoriosa para o seu lado direito a parar o remate. Punhos cerrados no festejo, melhor estreia na presente edição da Liga era impossível.

Negativo:
Vagner:
Imprudente na forma como se fez ao lance em que travou Hugo Vieira em falta. O jogador do Gil tinha ganho a posição aos centrais do Estoril, mas até não tinha a bola controlada nas melhores condições, pelo que o embate violento com Hugo Vieira por parte de Vagner era evitável. Deixou o Estoril a jogar com dez numa fase precoce do encontro.

Hugo Vieira: parece estar a acabar o estado de graça em Barcelos. Pelo segundo jogo consecutivo esteve a onze metros da baliza e não conseguiu converter. Primeiro perdeu no frente a frente com Matt Jones, do Belenenses, hoje foi a vez de Ricardo Ribeiro negar-lhe o golo. Cabisbaixo entre os centrais do Estoril, acusou o toque do penálti falhado. Fez muitas faltas atacantes e protestou muito com Duarte Gomes. Nada lhe saiu bem. Saiu debaixo de insultos e de assobios, diretamente para o balneário a beijar o símbolo do Gil Vicente.

OUTROS DESTAQUES:

Pek’s:
Coube-lhe a árdua tarefa de substituir Gabriel no lado direito da defesa. Nada que amedronte o jovem Cabo-verdiano. Tem talento e capacidade física, e nem será grande atrevimento dizer que joga bem em qualquer posição. Fechou bem o seu flanco, ganhou na luta com João Pedro Galvão e foi várias vezes à linha de fundo cruzar com qualidade, o que não costuma acontecer neste tipo de adaptações. Podia ter sido expulso a um quarto de hora do fim quando entrou com tudo sobre Balboa.

Evandro:
Palmilhou cada pedaço do terreno de jogo, e a cada jornada que passa fica a certeza de que é um dos principais obreiros destes «canarinhos» europeus. Linha de passe constante, facilita a vida a quem joga ao seu lado. Para além do trabalho sem bola, desempenha um papel preponderante quando tem o esférico. Mais uma grande exibição.

Diogo Amado e Gonçalo:
Deram um pouco mais cada um para segurar as pontas do Estoril e camuflar o facto de a equipa da Linha estar com menos um elemento em campo. Seguraram o miolo, tentaram ter bola e sair a jogar. Peças importantes, ainda que menos visíveis do que Evandro, a fazer um trabalho invisível no meio campo de compensação.

Diogo Viana:
O mais inconformado do Gil, foi dos que teve mais lances dignos de destaque no setor mais adiantado co clube de Barcelos. O esforço esbarrou quase sempre na falta de inspiração conjunta da equipa montada por João de Deus. Foi o espelho mais fiel daquele que foi o Gil Vicente desta tarde: muito coração, pouca cabeça.