O Rio Ave deu um pontapé na crise que já durava há seis jogos e venceu na receção ao Estoril, por 2-0, no penúltimo jogo da 20.º jornada da Liga. Luís Freire pediu persistência à sua equipa e os jogadores responderam de forma afirmativa, num jogo mais disputado fisicamente do que propriamente bem jogado.

Os rioavistas saem satisfeitos com o resultado e passam a respirar melhor na tabela: são 11.º classificados, com 24 pontos, agora à frente dos canarinhos.

Já a equipa da Linha, que contra o Boavista parecia ter arrumado com o mau momento, voltou a reencontrar-se com os desaires, mas mantém-se sete pontos acima da «linha de água». Ainda assim, esta foi a quinta derrota consecutiva como visitante.

FILME DO JOGO

A qualidade técnica dos intervenientes dos dois lados fazia prever um jogo bem jogado, até porque também é essa a proposta de ambos os treinadores, mas foi muito diferente daquilo que se viu, fundamentalmente no primeiro tempo.

Ao intervalo, o jogo já ia com 23 faltas (terminou com 41!) e, por isso mesmo, o ritmo só poderia ser baixo.

O Rio Ave tentava assumir o domínio da posse de bola, enquanto o Estoril procurou explorar os jogadores rápidos das alas. Os vilacondenses, contudo, falharam vários passes, mas os estorilistas também não estiveram melhor desse ponto de vista, embora fossem mais objetivos no ataque à baliza adversária. De resto, pertenceu a Tiago Araújo a única oportunidade de golo da primeira parte, com um remate cruzado a rasar o poste.

Resumidamente, foi um vislumbre de duelos físicos a meio-campo e com a bola a rolar pouco no tapete verde.  

A postura no segundo tempo foi diferente e, logo nos instantes iniciais, o Rio Ave rematou mais vezes do que fez nos primeiros 45m. Mas os rioavistas continuavam a definir muito mal no processo ofensivo e os jogadores do ataque não conseguiam desenvolver as jogadas. Foi por isso que, aos 61 minutos, Luís Freire lançou André Pereira para o lugar de Leonardo Ruiz.

O colombiano estava a falhar muitas combinações e quem também colecionava bolas perdidas era João Graça, que havia entrado ainda na primeira tarde. Porém, foi dos pés do médio que nasceu o lance do golo do Rio Ave.

Graça cruzou de trivela para a área, Boateng rasgou nas costas da defesa canarinha – movimento que repetiu ao longo o jogo – e foi carregado em falta na área por Mexer. Ora, na cobrança, André Pereira, ainda «fresquinho», pois tinha entrado quatro minutos antes, não deu hipótese a Dani Figueira.

A tentar livrar-se da crise, o Rio Ave não teve meias medidas e resguardou-se por completou no último terço, ainda que sem muito rigor no processo defensivo. Já o Estoril, sem querer retomar o caminho das derrotas, dispôs de algumas oportunidades, sobretudo de bola parada e cruzamentos para a área, o que facilitou a tarefa à equipa de Freire.

Em novo lance fortuito, porém, os anfitriões deram a «machadada final» no resultado e um valente pontapé na crise para fora dos Arcos.

João Graça deixou para trás a má entrada na partida e redimiu-se com uma tentativa de cruzamento para a área que, após um desvio em Joãozinho, enganou Dani Figueira, com a bola a entrar junto ao poste. Aos 90+5m, as esperanças do Estoril caíam por terra e a chama (vitoriosa) que Veríssimo queria que continuasse viva esfumou-se por completo.