Tarantini pretende fazer chegar às mais altas instâncias do futebol mundial um estudo sobre as dificuldades que os jogadores portugueses encontram no final da carreira.

O médio do Rio Ave tem um projeto com o seu nome, onde tem reunido e analisado dados acerca deste tema e que o levaram a crer que «este é um problema sério e que merece reflexão».

«Quero seguir com este estudo o mais longe possível, fazendo um doutoramento e levando-o ao nível da FIFA e UEFA, porque é um problema real e tudo o que pudemos fazer para melhorar é importante», sublinhou o jogador à Lusa, esta terça-feira.

Segundo os dados recolhidos por Tarantini, com uma amostra de 16.470 jogadores entre 1980 e 2017, a idade média do término da carreira é de 30,9 anos, e na maior parte das vezes o jogador não tem assegurada uma estabilidade económica.

«Estes resultados alertam para necessidade dos jogadores fazerem a sua prevenção e não colocarem as ‘fichas' todas na carreira de futebolista, porque as coisas podem correr mal», disse Tarantini.

O capitão da equipa vila-condense reconheceu que os jogadores de futebol ganham acima da média nacional, mas que, se não fizerem um planeamento, o pós-carreira pode ser «desastroso».

«O jogador português que queria ganhar muito dinheiro no futebol tem de chegar a um ‘grande', e só 5% o consegue. Além disso, um atleta mantém-se, em média, 5 épocas na Liga, e é preciso transportar esse período para valores de remuneração líquidos», explicou.

Por isso, o jogador de 33 anos elege a prevenção como palavra-chave.

«A escola e a formação existem há muitos anos, mas senão houver um plano os jogadores não vão agir. Temos de criar algo que passe pela obrigatoriedade e ir aos miúdos na formação e incentivá-los a continuar os estudos», vincou.