Em dia de São Valentim não houve São Patrício, como em tantas ocasiões. Em noite infeliz o guarda-redes do Sporting ofereceu uma prenda ao Belenenses, aproveitada por Rui Fonte, que não só fez a alegria dos adeptos do Belenenses como também terá deixado ainda mais enamorados os adeptos do Benfica que desejam vê-lo nas opções de Jorge Jesus.

Mas desta vez o leão aproveitou os descontos, e ao minuto 95 conseguiu garantir um ponto, com Carlos Mané a aproveitar uma outra oferta, caso de João Meira. O Sporting evitou a derrota, mas o adeus ao título parece cada vez mais real (em caso de vitória o Benfica fica a nove pontos). Se é que os descontos da semana anterior já não tinham determinado isso.

Num jogo que teve 21 portugueses em campo (louvável, por estes dias), o Sporting apresentou o mesmo «onze» utilizado no dérbi anterior, o Sporting assumiu desde cedo o domínio do encontro, mas à semelhança do que sucedeu diante do Benfica sentiu dificuldades para traduzir esse ascendente territorial em situações claras de golo. No fundo foi um leão mascarado de gato, sem arranhar.

A primeira oportunidade da equipa visitante até foi «oferecida» por Tikito, central do Belenenses, que ao tentar atrasar para o guarda-redes isolou Montero, que no entanto rematou contra Ventura (12m).

Embora sem passar por grandes calafrios na fase inicial do encontro, o Belenenses só conseguiu aproximar-se da baliza de Rui Patrício ao minuto 19, com um remate de Camará que desviou em Tobias. Foi o ensaio para a verdadeira situação de perigo da equipa do Restelo, na primeira parte, protagonizada depois por Miguel Rosa, com um fantástico remate de primeira que passou perto da barra (21m).

O leão nunca deixou de rondar a baliza de Ventura, mas até ao intervalo só criou mais uma situação perigosa, com um cabeceamento de William que saiu ao lado, após cruzamento de Jefferson, o mais ativo na etapa inicial (30m).

Mané salvou um ponto, mas a dupla alteração provocou o efeito contrário

Ao intervalo Marco Silva decidiu trocar João Mário e Montero por Mané e Tanaka, mas o Sporting não melhorou. Bem pelo contrário. Na verdade o Sporting deixou de conseguir instalar-se no meio-campo contrário, foi menos esclarecido na circulação de bola e, com isso, permitiu que o Belenenses crescesse.

O jogo foi-se partindo e a equipa da casa foi aproveitando o espaço para explorar o contra-ataque, sobretudo através das iniciativas do incansável Strurgeon, a tentar levar a equipa para a frente.

Com mais fortuna do que propriamente pragmatismo, o Belenenses acabou por chegar ao golo quando estavam cumpridos 69 minutos. Erro tremendo de Rui Patrício, que ao terceiro momento de intranquilidade no jogo, na tentativa de pontapear a bola para fora, acertou em Paulo Oliveira, com a bola a sobrar para a finalização de Rui Fonte.

Marco Silva ainda lançou Capel para o lugar de Carrillo, mas a apatia leonina não se desfez. Nani procurou liderar a reação, mas de forma precipitada, e a expulsão de Cédric, ao minuto 83, parecia derrubar as esperanças leoninas.

Só que um novo erro, desta feita do lado visitado, acabaria por permitir a igualdade ao Sporting. Um cruzamento de Jefferson resultou em «rosca» de João Meira para o poste, e Carlos Mané aproveitou para marcar ao minuto 95.