Rui Duarte, treinador do Sp. Braga, em declarações na flash interview à Sport TV, após a derrota na receção ao FC Porto (1-0), na 34.ª e última jornada da Liga:

«[Foi até à última gota] Não podemos apontar nada aos jogadores, fizeram um esforço tremendo, tenho muito orgulho nos jogadores que tenho pela forma como se entregaram ao jogo. O jogo ficou estragado logo no início. 12 minutos e uma expulsão que não existe, vejam o segundo amarelo, é ridículo, uma expulsão que não existe. Tivemos de alterar para nos mantermos vivos no jogo e agarrados ao resultado. Sabíamos que não íamos criar tantas oportunidades, mas que poderia surgir uma ou outra no decorrer do jogo com a nossa organização: o Horta tem uma oportunidade aos 55 minutos muito perigosa, depois na bola parada, já perto do fim, quando estava 0-0. Obviamente, o FC Porto criou mais oportunidades que nós, o Matheus fez três ou quatro defesas que nos mantiveram agarrados ao jogo, mas não posso apontar nada aos jogadores. Orgulho neles pelo esforço. Ficou demonstrado que quisemos lutar pela vitória. Fizemos tudo, mas fica uma boa imagem da nossa equipa.»

«[Foi audaz na forma como pensou o jogo aos 12 minutos] O Ricardo [Horta] sem bola ajudava a defender numa linha de cinco, o FC Porto com muita largura é difícil de defender com uma linha de quatro. O Ricardo fez um esforço tremendo, como todos. Revela o caráter destes jogadores. O jogo merecia outro desfecho, outra forma de estar e de conduzir este jogo, que podia ser bastante agradável. 11 para 11 íamos ter uma resposta muito firme daquilo que é a nossa equipa.»

«[Abraçou o objetivo do terceiro lugar desde o início] Há frustração, principalmente pela forma como foi. Conseguimos manter toda a gente ligada até ao fim para lutar pelo objetivo, mas fica o sentimento de frustração e orgulho pelo que fizeram. Hoje não dava para mais, devido às incidências que houve. Pelo onze inicial, tínhamos uma forma audaz e corajosa de encarar o jogo, sermos pró-ativos, em busca da vitória. Contra uma grande equipa, a expulsão retira-nos um bocadinho do jogo, agarrámo-nos à organização, a agarrar o resultado para irmos metendo o Álvaro Djaló e o Banza para tentar o golo que não apareceu. Foi um espírito incrível dos meus jogadores.»

«[Que notas leva da experiência da equipa principal do Sp. Braga?] Passei e continuo a passar por momentos difíceis, só eu e a minha família sabemos como nos aguentamos, mas nunca perdemos o rumo, focados para levar o objetivo do clube, pondo a minha tristeza e mágoa [de lado], de forma a abstrair-me do que me ia acontecendo. Foi difícil, mas tenho de seguir em frente e principalmente pelo meu filho que já não está cá, porque ele tinha uma alegria enorme pelo futebol. Desistir, nesta fase da minha vida... ele não se ia sentir orgulhoso do pai. Temos força para continuar de forma a podermos homenageá-lo todos os dias.»