O Sp. Braga alcançou a quarta vitória consecutiva, derrotando o Boavista na pedreira por uma bola a zero. Quando a inspiração faltou, os pupilos de Artur Jorge mostraram que são também guerreiros na crença, alcançando o triunfo nos primeiros segundos da segunda parte ao aproveitar uma falha dos axadrezados. Vitinha acreditou e amealhou mais três pontos para os arsenalistas.

Apenas três dias depois da reviravolta épica frente ao Vitória, o Sp. Braga voltou ao mesmo palco. Dominou um jogo de menor emoção perante um Boavista fechado e musculado no meio campo, que sai da pedreira sem pontos muito por força de um erro não forçado que comprometeu a organização demonstrada ao longo do jogo.

Uma vez mais este Sp. Braga – que segura o segundo lugar da classificação – mostra-se uma equipa flexível e com variados recursos para disputar jogos diferentes. A noite não foi exuberante frente a um histórico do futebol nacional, mas teve o necessário para somar a quarta vitória consecutiva.

Músculo axadrezado trava iniciativa guerreira

Sem surpresas, o Sp. Braga chamou a si a iniciativa do jogo. Com mais posse de bola, foram os bracarenses a procurar com mais afinco encontrar caminhos para a baliza adversária, mas a realidade é que nem sempre foi fácil penetrar perante um tabuleiro de xadrez com as peças colocadas de forma organizada.

Petit ensaiou esse mesmo xadrez para, em muitas fases do jogo, não ter bola, povoando o meio campo. À frente da defesa a três estiveram Makouta, Ibrahima, Pérez e Bruno Lourenço, mais os laterais, com Yusupha a ser o homem mais adiantado da turma do Bessa. A estratégia começou por funcionar: o ataque dos guerreiros sentiu dificuldades, e até começaram por pertencer ao Boavista os principais momentos de finalização no primeiro tempo.

Dois cruzamentos de Onyemaechi  a partir do lado canhoto, a solicitar Yusupha provocaram os principais de frisson. A resposta do Sp. Braga, que apesar de ter muita bola ia mastigando muito jogo, surgiu por Vitinha, praticamente em cima do intervalo, com um remate de primeira no seguimento de uma jogada bem delineada.

Erro aproveitado: Vitinha vai mais longe na crença

A segunda parte foi diferente. Em meia dúzia de segundos o Sp. Braga colocou-se na frente, aproveitando um erro incrível do Boavista. A bola saiu para os axadrezados, que foram atrasando sucessivamente até Onyemaechi entregar mal a Abascal, isolando o faminto Vitinha, que oportuno aproveitou a deixa e, com um único toque, desviou para o fundo das redes.

O tabuleiro de xadrez ficou baralhado. O Sp. Braga, de quem se continuava a esperar maior iniciativa, passava agora a gerir a vantagem, e o jogo, tendo o Boavista de correr atrás do prejuízo. Reajustou-se a equipa de Petit, conseguiu através de alguns lances de bola parada ou cruzamentos para área ir mantendo acesa a luta pelo resultado.

Resguardou-se do Sp. Braga, não permitiu grandes oportunidades à turma axadrezada e segurou o triunfo. É dono e senhor do segundo lugar da tabela classificativa e assiste de camarote ao dérbi da capital. Sabe que ganhará pontos à concorrência, ou a Benfica ou a Sporting, ou a ambos. Para já, deixa o Sporting a nove pontos, cimentando cada vez mais um lugar de Champions.