O Boavista seguia a toda a velocidade num arranque de temporada sensacional. Entrou a perder na pedreira, mas reentrou no jogo e ameaçou mais uma gracinha na perseguição da liderança da Liga. Mas, travou no vermelho. Os axadrezados jogaram sensivelmente uma hora em inferioridade numérica, acabando derrotados por números pesados (4-1).

O momento da expulsão de Seba Perez – com dois amarelos no espaço de segundos – acaba por ser determinante, impondo duas velocidades ao jogo. A turma do Bessa teve de abrandar, aproveitando Sp. Braga para acelerar, mostrar credenciais e conseguir a primeira vitória em casa esta temporada na Liga com números folgados que, inclusivamente, podiam até ser mais expressivos depois de a equipa de Petit entregar as armas.

Há, claramente, um jogo na primeira meia hora e outro nos sessenta minutos restantes de jogo. Ainda que com ascendente dos bracarenses, a pantera faz por se bater de igual para igual no início do jogo, com uma estratégia de contensão e resposta. Com onze guerreiros para dez panteras, a supremacia do Sp. Braga acaba por ser incontestável.

Vertiginoso até à expulsão

O domínio bracarense no arranque do jogo foi uma realidade, com mais bola, ainda que sem a rapidez necessária para desarrumar a organização axadrezada. Numa de várias combinações ofensivas interessantes, aos 19 minutos os guerreiros passaram para a frente do marcador. Zalazar abre para a direita para Gomez fazer o passe atrasado. O capitão remata de primeira, tudo simples, para o fundo das redes.

Seguiu-se um período de domínio arsenalista, que ameaçou o segundo numa fase em que o Boavista acusou o golo sofrido. Mas, foi um período curto até ao conjunto de Petit se reencontrar. Face a um Sp. Braga que demonstrou demasiada cerimónia na tomada de decisão, os axadrezados mostraram como se faz: passe disparatado de Niakaté, e com apenas duas trocas de bola Tiago Morais ficou na cara de Matheus, igualando a partida com um remate de pé esquerdo na passada. Jogo empatado apenas sete minutos depois.

Tudo igual, a meio da primeira parte, voltando as contas a ficar baralhadas. Até que à passagem da meia hora o quadro de equilíbrio desfez-se. Seba Perez, capitão do Boavista, viu cartão amarelo, contestou a decisão de Soares Dias e acabou expulso com nova cartolina amarela no espaço de segundos.

Dez panteras acabaram por sucumbir

A capacidade de resposta do Boavista ficou, obviamente, diminuída. Aproveitou o Sp. Braga para assumir definitivamente o controlo. Pôs-se novamente na frente do marcador ainda na primeira parte, com um lance digno de registo. Passe largo de Zalazar, milimétrico, livre de marcação Pizzi assiste de primeira para Banza marcar também de primeira. Simples e eficaz, ao primeiro toque, o Sp. Braga chega ao segundo e dá mais uma estocada num Boavista em queda anímica.

Uma queda que se acentuou. Após o intervalo os axadrezados ainda ensaiaram uma tentativa de resposta, mas uma grande penalidade por mão na bola – num lace em que pediam falta antes sobre Bozeník – praticamente decidiu o jogo. Al Musrati bateu João Gonçalves da marca dos onze metros e estabeleceu uma margem de dois golos de vantagem.

Era uma questão de números, o vencedor estava encontrado. No espaço de quatro minutos Ricardo Horta bisou e estabeleceu, aos 58 minutos, o resultado final antes de vinte minutos de desperdício bracarense. Após perder com o Famalicão e empatar com o Sporting, o Sp. Braga consegue o primeiro triunfo caseiro da época na Liga.

Derrota pesada do Boavista, a primeira este campeonato, que deixa o FC Porto isolar-se no primeiro posto da classificação. Sabor amargo para os axadrezados, pela amostra que deram na primeira meia hora de jogo.