Figura: Adrien Silva

Impressionante. Que exemplo. Um capitão deve ser isto mesmo. Sempre. Quatro dias depois de iniciar a temporada, e ainda com a medalha de campeão europeu limpinha, este Comendador da Ordem de Mérito encheu o campo, atacou, defendeu, lutou, empurrou a equipa, deu-lhe intensidade, enfim. Com ele é diferente. Mereceu o golo de penálti que fez, e sobretudo a ovação que recebeu.

Positivo: Bruno César

Por ser talvez o jogador dos onze iniciais que tem o lugar menos seguro, acabou por ser também o que mais fez para mexer com o resultado e mostrar que sim, merece a titularidade. Muito ativo no corredor esquerdo, começou a mudar o jogo quando cruzou para Slimani abrir o marcador. Logo a seguir rematou perto do poste e pouco depois sofreu o penálti que Adrien converteu em golo.

Momento: Rui Patrício no fim

O cronómetro apontava para os 42 minutos, quando o Estádio de Alvalade abriu a boca de espanto e soltou um daqueles sons de admiração. Tudo começou num canto de Didavi batido a meio altura para a entrada da área, onde surgiu Ricardo Rodriguez a encher o pé para um remate de primeiro ao ângulo: Rui Patrício voou a defender aquela bola com aparato. Fantástico. Que momento...

OUTROS DESTAQUES:

Slimani

Foi pela primeira vez titular esta época e mostrou que ainda não está no ritmo ideal. Tem tido uma pré-temporada atípica, sem se saber se fica em Alvalade ou não, mas nem isso lhe retira vontade de lutar. Fartou-se de brigar com toda a gente na frente de ataque e abriu com muito mérito o marcador.

William Carvalho

Também ele, como Slimani, João Mário ou Adrien, ainda está longe do ponto, mostrando sobretudo uma falta de velocidade muito óbvia. Apesar disso, e porque o futebol dele se destaca sobretudo pela inteligência, colocou ordem no meio campo, com boaa visão de jogo e a capacidade de passe.

João Mário

Foi o campeão europeu que jogou menos tempo, acabando por sair ao intervalo. Nunca virou a cara ao jogo, é verdade, mas não teve a frescura: precisa de tempo, portanto. Foi dele, ainda assim, o primeiro remate do jogo e foi dele o passe que libertou Bruno César para este sofrer penálti.

Donkor

Que perigo. Entrou a meia hora do fim e colocou a defesa leonina sob alerta: por várias vezes, aliás. Tanto assim que foi dele o golo que aos 78 minutos relançou a indefinição no resultado. Para lá disso, ficou uma velocidade estonteante. Aos 18 anos deixa uma certeza: vamos ouvir falar muito dele.