A FIGURA

Nani. Mais uma manifestação da qualidade que acrescenta a este Sporting. É verdade que podia ter feito ainda melhor, sobretudo nas duas vezes em que acerta em Fabiano com a baliza escancarada, ainda na primeira parte, mas se não fosse ele provavelmente o Sporting não teria entrado tão cedo, aos 78 segundos, a ganhar no encontro. É o extremo emprestado pelo Manchester United quem, posicionalmente, provoca o erro de Rúben Neves, e depois sai, endiabrado, para a baliza contrária, não ligando ao erguer de barreiras à sua frente por parte de Indi e companhia, nem a ressaltos que quase fizeram com que perdesse a bola, tendo ainda o discernimento de coloca-la em Carrillo, à sua direita. O peruano fez o cruzamento, Jonathan – aposta de Marco Silva esta noite, em detrimento de Jefferson - pisou terrenos deixados esquecidos pelos portistas, e cabeceou para a baliza, com Indi, ainda a hesitar entre deixar a bola entrar ou fazer penálti, evitando o golo com a mão. Marco Silva tinha pedido um golo de bola corrida ao seu rival, que ainda não sofrera assim, e foi o que aconteceu. Depois, vieram os dois remates encaixados por Fabiano, que podiam ter dado uma vantagem bem mais confortável ao Leão. Nani conseguiu livrar-se do seu marcador das duas vezes, aos 36 e 39 minutos, mas depois faltou afastar a bola mais do guarda-redes rival. E o Sporting bem precisou desses golos.

POSITIVO
A exibição de Carrillo. Quebra-cabeças para Alex Sandro nos primeiros minutos, os seus melhores momentos de intensidade foram dificílimos de travar pelos rivais. Que o digam Casemiro e Danilo numa das melhores jogadas da primeira parte, do outro lado, que Nani acabaria por desperdiçar. Falta-lhe ligar estes momentos, aumentando a sua consistência. Continua a ser muito importante naquela pressão alta sobre a saída de bola dos rivais.

NEGATIVO
O autogolo de Sarr. O francês, que às vezes se atrapalha, foi apenas infeliz, depois de Tello ter descoberto Danilo na direita e o cruzamento do lateral lhe ter acertado no corpo. E a noite até estava a correr-lhe bem, conseguindo manter Jackson mais ou menos controlado (excepto na jogada da grande defesa de Patrício).

O MOMENTO
Minuto 82 . O FC Porto veio diferente dos balneários e não só no onze – Tello e Óliver estavam em campo, com Ricardo Quaresma e Rúben Neves sacrificados –, mas também as linhas encontravam-se mais subidas e mais pressionantes. Com o resultado em 1-1, aos 82 minutos, já depois do autogolo de Sarr, Herrera tentou o remate em arco e o guarda-redes voou para defender a bola para canto. Grande intervenção!

OUTROS DESTAQUES:

João Mário. Com ele em campo, o Sporting ganha inteligência. Sabe onde deve estar e como lá chegar o mais depressa possível, seja para pressionar o portador da bola ou chegar a um cruzamento. Ter a bola e devolvê-la, sempre controlada, não é um problema para si. Aos 15 minutos, também ele teve o golo ao seu alcance, depois de Carrillo ter deixado para trás Alex Sandro e cruzado para a sua frente. Sem marcação, atirou ao lado. Falhou aí, mas foi só. Mais uma boa exibição.

Adrien e William. Sobressaíram muito nos primeiros 20, 25 minutos, depois o FC Porto começou a encontrar soluções para sair da camisa de forças. William, aqui e ali, mostra estar a tentar crescer, mas ainda não atingiu os índices da última temporada. O papel de Adrien na pressão foi muito importante na fase inicial do encontro, colocando-se em muitos momentos ao lado de João Mário, num 4x1x4x1 que bloqueava a construção do rival. Era humanamente impossível manter esse bloco o jogo inteiro e, sobretudo no segundo tempo, os portistas conseguiram furá-lo vezes a mais.