Bruno de Carvalho comentou, esta quarta-feira, as notícias que dão conta de alguma instabilidade no balneário do Sporting depois das críticas feitas pelo presidente do clube após a derrota frente ao Vitória Guimarães. O dirigente falou durante uma entrevista à televisão do clube na qual também garantiu, por exemplo, que o Sporting vai disputar a Taça da Liga com juniores e bês.

«Se estou arrependido? Não estou nada arrependido. Nada, nada, nada, nada. No final do campeonato, haveremos de estar a comemorar coisas porque eu tenho razão», garantiu.

«Estas semanas têm demonstrado um sentimento de uma paranóia coletiva. Em primeiro lugar, houve pouca gente que soube ler o que escrevi. E o que escrevi foi que não fomos dignos. Fui claro. Enquanto for presidente do Sporting e serei muito bons anos, não me retiro nos maus momentos. As pessoas têm de se habituar...»

«A minha vontade de comunicar também tem a ver com uma estratégia institucional e com uma promessa eleitoral, acredito que adeptos e sócios têm de respeitados e informados, e o que disse foi claro. Fazer disto um bicho de sete cabeças...»

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Bruno de Carvalho insistiu de resto num argumento: a polémica só aconteceu porque há um desejo de atacar o Sporting, e em particular o seu presidente.

«Tenho visto reações de presidentes e treinadores e... percebo que a atenção que me é dada é redobrada e ainda bem para o Sporting. Ali estava algo que foi claro para todas as pessoas e em que me incluí», sublinhou.

«Sabem como as coisas funcionam. O Sporting tem de defender o seu nome e nos dias em que as coisas não têm a ver com um bom ou mau dia, mas quando não correm de facto como nos programamos, com agressividade, atitude, garra e empenho, não temos de ter esse medo. Não há esses pruridos no Sporting.  Quando as coisas não correm bem, temos de trabalhar todos para melhorar. Eu inclusivamente.»

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O presidente leonino recusou depois a ideia de mal estar com o plantel profissional.

«Sinceramente, ainda não percebi essa questão. Não houve entre presidente e os jogadores nada que não seja normal entre nós, que é um grau de exigência máximo. As pessoas sabem que se há pessoa que dá corpo às balas a esta equipa sou eu.  Não podemos querer milhares de pessoas a apoiar-nos e depois não ter a frontalidade de reconhecer que não tivemos uma atitude condizente.»

«Os jogadores do Sporting lidam comigo diariamente. Isso significa perceberem algumas coisas: o clube onde estão, a sua história, aquilo que pretendemos todos os dias, o que pretendemos em cada jogo. Isso não é novidade absolutamente nenhuma para nenhum jogador. Nem podia ser, se não não poderiam ser jogadores do Sporting.»

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Bruno de Carvalho sublinha aliás que não escreveu nada de novo no Facebook. 

«Ainda não consigo perceber por que se faz uma notícia daquilo. O que se passa é algo tão normal que várias mensagens que já escrevi no Facebook não foram notícia, mensagens nas quais agradeço aos associados a forma muitas vezes avassaladora com que apoiam a equipa em campos muito difíceis».

«Isto não tem nada a ver com dourar a pílula. Só não se percebe tudo aquilo que se foi escrevendo. Tentou pegar-se em palavras dos jogadores... Não podemos estar à espera que jogadores confrontados com algumas perguntas tenham a capacidade que nós temos de reflexão, saber como se há-de responder para que a imprensa não pegue pelo A e pelo B, mas isto tudo tem sido tão normal...»

«Vêem um presidente triste, claro, que não está contente com o lugar em que estamos, um presidente que não pode estar eufórico depois de um empate com o Paços de Ferreira. Pegar nisto e ver nas palavras de um jogador, que diz que se não sabemos perder não podemos saber ganhar, um ataque ao presidente é qualquer coisa de paranóico. Um jogador que diz qualquer coisa como somos um grupo e demos uma resposta e é isto um ataque ao presidente? Não percebo.»


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Por fim Bruno de Carvalho recusou a ideia de que em algum momento pensou abrir processos aos jogadores que fizeram as declarações acima citadas: Nani,Jefferson e Rui Patrício.

«Seria qualquer coisa de surreal para perpetuar uma situação que nunca existiu. Existiu o que eu escrevi, existiu ali uma revolução? Isso é quase passar aos jogadores um atestado de burrice e se há coisa que os jogadores não são é burros. Então um presidente de um clube tecia palavras que têm a ver com o nosso trabalho do dia a dia e os jogadores ficavam amuados? Mas alguém acredita que um jogador do Sporting fica amuado.»

«Detesto perder, detesto empatar. Mas outra coisa foi o que aconteceu. O Sporting não entrou em campo e eles sabem que isso não pode acontecer.»

«Facebook é uma ferramenta oficial. De cada vez que usamos uma ferramenta oficial temos de nos questionar: tinha dimensão para um jornal, para um site, para um comunicado do clube?. Não o pensei. Ir ao facebook oficial é dizer aos sportinguistas que não é algo que queremos fazer.»


«A mensagem foi dirigida aos adeptos e aos sócios, que são o maior património do Clube. Temos de os respeitar.»