Bruno de Carvalho garantiu, nesta segunda-feira, ter percebido há muito tempo que a renovação de Andre Carrillo seria um problema, mas disse também que não teve possibilidade de vender o jogador. O presidente do Sporting lembrou também o trajeto do peruano no clube, e assumiu a esperança que este subisse o nível exibicional esta época, sob o comando de Jorge Jesus, ao mesmo tempo que aceitaria um novo contrato.
 
«O Carrillo tem um grande talento. A minha expectativa é que passasse de atleta com grande talento para um grande jogador. Com um grande treinador podia tornar-se um grande jogador. Se não gostava de ter o Carrillo? Com certeza absoluta. Mas se o jogador diz que não quer jogar pelo Sporting não está comprometido connosco», disse o líder leonino no programa «Prolongamento», da TVI24.
 
«É lógico que tentámos resolver o problema várias vezes. Há um ano os peruanos diziam que o Carrillo era uma porcaria, os sportinguistas assobiavam-no. Foi uma nulidade completa em duas épocas e noutra foi intermitente. Neste é que podia dar um pulo, podia reconsiderar. Não reconsiderou. Tinha a possibilidade de tornar-se um jogador completo e mudar de opinião», acrescentou.
 
Questionado sobre André Martins, que também está em final de contrato mas que continua às ordens de Jorge Jesus, o presidente do Sporting respondeu que «há muita gente que ainda não renovou».
 
«Temos de pensar nos atletas que querem jogar no Sporting. Se queria o Carrillo a jogar? Sim. Se o Sporting fez bem? Sim», reforçou o dirigente.
 
Relativamente ao alegado compromisso de Carrillo com outro clube, referido no comunicado em que a SAD leonina anunciava a suspensão do jogador, Bruno de Carvalho respondeu que nada tem a provar. «Se o jogador chega ao pé de mim e diz que não quer jogar mais pelo Sporting...Não tenho de provar nada.»
 
«Se concretizar aquilo que disse, que não quer mais jogar pelo Sporting, pode ir do Cucujães ao Mérida, ou ao Partizan. E entre estes clubes está o Benfica e o Porto», acrescentou.
 
Bruno de Carvalho garantiu ainda que recebeu apenas uma proposta por Carrillo, do Leicester, no valor de doze milhões de euros. «Foi a única que me deixaram ter. Os empresários e os fundos conseguem parar propostas por jogadores. Se é bom porque é que só o Leicester o quer?», questionou. «Não vendi porque ele não quis. Por causa do poder dos agentes, o poder dos fundos, e o facto de não aparecerem propostas. O Sporting ainda não bate em jogadores, nem incendeia carros. Percebemos claramente que íamos ter um problema. Até porque nao existiam propostas. Se o empresário não quiser, e se estiver ligado a um fundo, aparecem propostas zero», concluiu. 

O líder leonino garantiu ainda que está «a adorar trabalhar com Jesus», com quem está «em total sintonia». «Se há coisa que ninguém vai consegui é colocar a mim e ao Jesus em lados opostos», afiançou, garantindo que a decisão de excluir Carrillo foi tomada em conjunto.