O Sporting entrou pressionado na Reboleira depois da vitória do Benfica, sofreu um rude golpe no início e dificultou a tarefa pela reconquista da liderança, mas Francisco Trincão assumiu as responsabilidades do jogo e guiou o leão para a reviravolta diante do Estrela da Amadora (2-1).

Um triunfo importantíssimo na caminhada dos leões, algo que ficou claramente à vista pelos festejos em harmonia com as bancadas logo após o apito final. É que na próxima jornada há dérbi com o Benfica e um triunfo em Alvalade pode sentenciar as contas do título.

FILME DO JOGO

Apesar de não ter Coates, a contas com uma gastroenterite, e que seria importante para combater a bola parada, tal como Ruben Amorim alertou na antevisão, o treinador leonino também não lançou Gonçalo Inácio de início, nem Morten Hjulmand. Amorim apostou numa linha defensiva rápida para travar a velocidade dos tricolores e juntou Paulinho a Viktor Gyökeres na frente. O português marcou, enquanto o sueco teve um jogo combativo, mas ficou em branco: uma raridade.

O Sporting até entrou com iniciativa, mas, já depois de ter brilhado com duas defesas, Franco Israel comprometeu. O guarda-redes uruguaio saiu de forma muito precipitada da baliza após um canto, desviou com a luva para o poste e deixou a bola à mercê de Bucca, que só precisou de encostar para estrear-se a marcar pelo Estrela.

O golo sofrido foi o clique que despertou o Sporting. E os leões precisaram de pouco mais de cinco minutos para empatar. A reação veio pela cabeça de Paulinho, mas começou na cabeça de Trincão, que olhou para área, viu o colega a aparecer com espaço e colocou um cruzamento à medida.

De resto, o internacional português – que pena foi não o vermos nesta fase na seleção – pegou na batuta e liderou a reviravolta leonina.

A viver a melhor fase com a camisola do Sporting e quiçá da carreira, Trincão foi um regalo para a vista de quem esteve na Reboleira, com várias iniciativas individuais em que percorreu muitos metros de bola colada ao pé, antes de servir os companheiros ou tentar o remate.

Foi dessa forma que, ainda antes do intervalo, o Sporting chegou ao 2-1. Trincão foi da direita para o meio, obrigou Bruno Brígido a uma defesa apertada e a bola sobrou para Nuno Santos, que, como Paulinho no primeiro golo, teve muito espaço na área para marcar.

Gerir sem pressa nem pressão

Sérgio Vieira tentou dotar a equipa de mais velocidade ao intervalo, enquanto Ruben Amorim lançou Gonçalo Inácio para o lugar de Matheus Reis. A entrada do central português trouxe outra serenidade à posse de bola dos leões, que souberam controlar o jogo ao ritmo que queriam.

Se, por um lado, não foi muito impetuosa no ataque à baliza adversária, embora até pudesse ter marcado mais golos, a equipa do Sporting evitou calafrios junto da própria área ao ter bola e, assim, retirando-a do Estrela.

Essa dinâmica acentuou-se na reta final, em que Amorim até pôde gerir os jogadores em risco, como Nuno Santos. Os leões voltam à liderança, dão sequência ao ritmo positivo que apresentavam antes da paragem para as seleções e a próxima semana será decisiva: a continuar assim, será difícil impedir o título do leão.