Figura: Pepê

O internacional brasileiro fez um dos melhores jogos da temporada. Com liberdade nas costas de Evanilson, o avançado esteve envolvido nos dois golos do FC Porto. Como Conceição referiu (e bem), Pepê é muito inteligente e esta noite, provou-o com uma definição imaculada que deixou Evanilson na cara de Israel (8m). Mais tarde, voltou a aparecer de trás para a frente para receber um passe de Martim Fernandes e fazer o 2-0. Eis o resumo de uma noite que estava a ser em cheio até aparecer o «furacão» Gyökeres.

Momento do jogo: Martim Fernandes apresenta-se a Portugal, minuto 41

Se o golo a abrir deixou o FC Porto confortável no Clássico, o 2-0 fê-lo recostar-se e jogar com outra tranquilidade. A jogada começa na zona defensiva, Zé Pedro, pressionado, liberta-se do homem do Sporting e lança para Martim Fernandes. Na estreia na Liga, o jovem lateral-direito arrancou em velocidade – Bragança não teve pernas -, driblou Hjulamnd (acabou estendido no relvado) e fez um passe interior para Pepê que fuzilou Israel.

Outros destaques:

Evanilson: a par de Pepê, foi o jogador em maior plano de evidência na equipa portista. O brasileiro destacou-se pelo golo que marcou (claro!), mas sobretudo pelo trabalho que desempenhou perante o trio de centrais do Sporting. O avançado foi importante na forma como segurou a bola e combinou com os colegas, além de ter sido ameaça constante para a baliza contrária na segunda parte. Saiu aplaudido de pé, o que é sintomático da prestação que teve.

Martim Fernandes: 18 aninhos que não enganam. A exibição do lateral-direito, em estreia na Liga, não deixa espaço para dúvidas: é jogador (e que belo jogador!). Pressão? Quando se é indiscutivelmente bom, dificilmente se acusa o momento. Aliás, sobressai-se perante a dificuldade e quando a exigência sobe. Foi o que fez Martim Fernandes que mostrou qualidade com bola, teve rasgo e defensivamente cometeu apenas um erro que Gyökeres aproveitou. Ainda assim, é caso para escrever que nasceu um lateral, senhores.

Francisco Conceição: a prova do quão importante o internacional português é na manobra ofensiva do FC Porto foi o facto de Amorim ter colocado Inácio como ala-esquerdo. Francisco aceitou o repto e causou problemas ao compatriota. Ainda assim, o extremo destacou-se mais como construtor – iniciou a jogada do primeiro golo – do que como finalizador – desperdiçou uma ocasião flagrante para o 3-0 em cima do intervalo. Voltou a ser, no fundo, o agitador que os dragões tanto precisam.