Paulo Pereira Cristóvão, antigo vice-presidente do Sporting, é acusado de corrupção ativa pelo Ministério Público, por ter obtido dados sigilosos de 196 árbitros de futebol.

No despacho de acusação, ao qual à agência Lusa teve acesso, existem ainda mais doze arguidos, por alegadamente terem ajudado o antigo dirigente leonino a elaborar a lista: três funcionários das Finanças, três advogados, um engenheiro, dois técnicos oficiais de contas, um comercial, um gráfico e uma colaboradora de um banco.

De acordo com o Ministério Público, Paulo Pereira Cristóvão começou por pedir a um funcionário do clube, em junho de 2011 (três meses depois de ter assumido o cargo de vice-presidente do Sporting), uma lista dos árbitros, árbitros assistentes e observadores da Liga. 

Depois terá pedido à sua secretária que criasse dois ficheiros «Excel» com a lista, que posteriormente terão sido entregues a Carlos Silva, antigo inspetor tributário, que em colaboração com a também arguida Virgínia Freitas, sua companheira e técnica administrativa tributária, recolheu a informação.

O despacho fala em, pelo menos, oito encontros entre colaboradores de Pereira Cristóvão e Carlos Silva,  entre junho e novembro de 2011, que envolveram contrapartidas financeiras entre 200 e 575 euros.

Fonte ligada à defesa de Paulo Pereira Cristóvão disse à agência Lusa que, numa avaliação preliminar, a nova acusação relata factos que já estão a ser julgados no denominado «Caso Cardinal», cuja sentença será conhecida sexta-feira, e por esse motivo equaciona requerer a abertura de instrução do processo.