O Sporting atropelou o Sp. Braga no Estádio de Alvalade para chegar de novo ao topo da classificação, pelo menos, por umas horas, até ao Benfica jogar em Guimarães. Um jogo que não foi muito diferente da meia-final da Taça da Liga, mas com os minhotos menos consistentes e os leões bem mais eficazes. Artur Jorge procurou repetir a «receita» da Taça da Liga, mas Ruben Amorim já tinha o antídoto e, com uma embaraçosa goleada, deixa o rival a uns longínquos doze pontos de distância.

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Com um grande ambiente no Estádio de Alvalade, com as bancadas em ebulição, o Sporting, com Morita de regresso ao meio-campo, assumiu de imediato a iniciativa do jogo, diante de um Sp. Braga que, tal como em Leiria, apresentava-se mais na expetativa. Uma estratégia arriscada até porque os leões, demonstraram desde logo, que estavam preparados para encontrar portas de escapatória, com Geny Catamo e Nuno Santos bem aberto sobre as alas, mas também, com Pote, Gyökeres e Trincão, sempre em movimento, a provocar desequilíbrios na zona defensiva dos minhotos.

Os leões jogavam de olhos fechados, ao primeiro toque, com automatismos bem oleados, com a bola a circular a toda a largura do campo, diante de um Sp. Braga completamente desnorteado, com muitos jogadores a correrem atrás da bola e a abrirem brechas na consistência que Artur Jorge queria ver repetida esta noite.

Não foi preciso esperar muito, aliás, pelo primeiro golo, foram apenas nove minutos, numa altura em que já era mais do que evidente a desorganização do Sp. Braga. Víctor Gómez, sem linhas de passe, tentou atrasar uma bola e acabou por servir Francisco Trincão, de bandeja, para o primeiro golo da noite. Trincão marcou como quis, mas não festejou, pedindo, de imediato desculpa, recordando a passagem pela Pedreira.

Aberto o marcador, com as bancadas em euforia, o Sporting apanhou balanço e continuou a carregar por todos os lados, com destaque para uma iniciativa de Geny Catamo, sobre a direita, que, por muito pouco, não resultou em novo golo. Dava para tudo, mas ninguém esperava certamente o que vinha aí. Eduardo Quaresma pegou numa bola, arrancou pelo corredor central, galgou vários metros, combinou com Francisco Trincão e subiu até à área para finalizar, depois de uma primeira tentativa de Pote, com um remate cheio de ilusão.

Nova explosão nas bancadas, com Quaresma a bater com a mão no peito e a festejar com toda a alegria do mundo. Afinal de contas, foi o primeiro golo pela equipa principal do jovem central que já foi campeão pelos leões e que tem vindo a recuperar o seu espaço na equipa de Amorim. Um segundo golo que serviu de alerta para o Sp. Braga que recuou em toda a linha, procurando estancar o jogo fluído dos leões e evitar o desnivelamento do resultado até ao intervalo. Coates ainda teve espaço para imitar Quaresma e também protagonizou uma arrancada pelo corredor central, mas sem o mesmo efeito final do companheiro mais jovem.

O Sporting também levantou o pé, rodando a bola agora com menos pressa, mas continuando a conseguir profundidade, ao contrário dos minhotos que pressionavam de quatro para seis e perdiam facilmente a bola. Até ao intervalo, a equipa de Artur Jorge conseguiu apenas um remate, de fora da área, de Álvaro Djaló, mas por cima da baliza de Adán.

Sporting recua e marca mais três 

A segunda parte foi bem diferente. O Sporting regressou com as linhas mais baixas, com Gyökeres a aparecer muitas vezes como terceiro médio, cedendo espaços e também a bola ao Braga, à espera de um erro dos minhotos, para explorar a velocidade de Geny Catamo, Nuno Santos, Trincão e Gyökeres. Um jogo com ritmo bem mais baixo, com o Braga, a perder, a procurar jogar agora com mais cabeça, à procura de um golo que lhe permitisse reentrar na discussão pelo resultado.

Neste contexto, o Sp. Braga até contou com uma boa oportunidade para reduzir a diferença, outra vez por Álvaro Djaló, mas logo a seguir o Sporting chegou ao terceiro pelo incontornável Viktor Gyökeres. Quaresma lançaou Trincão sobre a direita e o extremo cruzou para o coração da área onde surgiu o sueco, a puxar a bota quase até ao pescoço para finalizar. Um golo que voltou a acordar as bancadas e a tirar a equipa da letargia que tinha mergulhado na segunda parte. Bola ao centro e novo golo, com Gyökeres a provocar desequilíbrios, Pote a tentar um primeiro remate e Daniel Bragança a marcar logo a seguir.

Dois golos de rajada que permitiram a Ruben Amorim, que já tinha trocado Morita por Bragança, acelerar ainda mais a gestão da equipa, com as entradas de Matheus Reis e também de Edwards, permitindo uma ovação de pé para o miúdo Quaresma. Uma tarde/noite inesquecível para o jovem central.

Entretanto, o Braga baixou os braços, numa altura em que o Sporting, com mais espaços, volta a crescer no jogo. As oportunidades voltaram a aparecer em catadupa até que Nuno Santos, ainda a cinco minutos do final, fixou o resultado final numa mão cheia de golos.

Depois do empate na Pedreira, na Liga, e da derrota em Leiria, para a Taça da Liga, o Sporting conseguiu ao terceiro embate com os minhotos o resultado que faltava, a vitória, arrancada de forma categórica esta noite em Alvalade. Um resultado pesado que deixa a equipa de Artur Jorge já a doze pontos da luta pelo título.