O cenário voltou a estar negro para o Gil Vicente. Lanterna vermelha da Liga, o conjunto de Barcelos recebeu o Penafiel em jogo a contar para a Taça de Portugal e até esteve a perder. O conjunto de Rui Quinta aproveitou o bom momento para voltar a fazer o «Galo» tremer, mas quando parecia não haver forças, os homens de José Mota deram a volta ao resultado e estão nos quartos de final da Taça.
 
Guedes abriu o ativo para o Penafiel, de grande penalidade. A onze minutos dos noventa Marwan empatou o encontro. Ao quinto minuto de compensação, com uma cabeçada cheia de oportunidade, Evaldo deu a cambalhota para a próxima fase.
 
Ao estilo de um treino, quase sem espectadores e com a comunicação dos jogadores a ser perfeitamente percetível, apenas com grande dificuldade se tinha noção de que no Estádio Cidade de Barcelos se jogava o acesso aos quartos de final da «prova Rainha» do futebol português.
 
Com o balão de oxigénio proveniente dos dois triunfos consecutivos na Liga, que valeram o salto para fora da linha de água, o Penafiel apresentou-se no terreno do Gil apostado em fazer do factor casa uma dificuldade para os pupilos de José Mota.
 
Sabendo que o Gil Vicente não navega em águas tranquilas, Rui Quinta entregou a iniciativa de jogo à equipa da casa e com o bloco baixo, obrigando o Gil Vicente a errar e a usar várias vezes o jogo direto para tentar chegar à baliza de Coelho.
 
Nem a entrada de rompante do Gil fez esmorecer esta estratégia, uma vez que logo aos dois minutos Paulinho esteve muito próximo do golo. Numa jogada confusa em que Simy fez duas recuperações de bola, um ressalto de bola acabou por deixar o avançado gilista em boas condições, fazendo a bola sair a centímetros do poste.
 
Contudo, a tal estratégia do Penafiel fez-se notar e pertenceu mesmo aos durienses o lance de maior perigo dos primeiros quarenta e cinco minutos. Valeu o enorme Adriano a parar um remate forte de Guedes já no coração da área na sequência de um pontapé de canto.
 
Já no segundo tempo, e depois de José Mota operar duas substituições na sua equipa, o Penafiel colocou-se em vantagem com um golo de Guedes. André Fontes, uma das cinco novidades do onze apresentado por Rui Quinta, foi travado na área por Luan, que juntamente com Jander regressou à equipa depois de ter cumprido castigo.
 
O médio do Gil foi ingénuo na abordagem ao lance, deixou André Fontes ganhar-lhe posição e depois acabou por derrubar o duriense em falta. Depois de ter avisado, Guedes ganhou no frente a frente com Adriano e conseguiu uma preciosa vantagem.
 
Quando já se pedia a cabeça de José Mota, dois jogadores lançados pelo técnico a partir do banco de suplentes fizeram o empate a cerca de dez minutos do minuto noventa. Diogo Viana trabalhou bem na direita e cruzou certeiro para o coração da área, onde o egípcio Marwan cabeceou para o fundo das redes.
 
Com o Gil completamente balanceado para o ataque fruto das alterações produzidas por José Mota, a equipa de Barcelos acabou mesmo por dar a cambalhota no marcador já no último fôlego do encontro. Ao quinto minuto de compensação, Evaldo, o lateral esquerdo, foi dar uma ajudinha ao ataque e imitou Marwan, cabeceando para o fundo das redes.
 
Sem capacidade nem tempo ara reagir, o Penafiel nada pôde fazer. Triunfo de raça e de raiva do Gil Vicente. Primeiro foi a eliminação da Taça a pairar em Barcelos, depois o prolongamento. No último suspiro o Gil carimbou, de cambalhota, o acesso aos quartos-de-final da Taça de Portugal.