A festa da Taça de Portugal levou o Boavista até Vila Verde, com os axadrezados a arrastar até à vila minhota o seu estatuto e pergaminhos do futebol português. Primeiro jogo com uma equipa primodivisionária no Campo Cruz de Reguengos, emoções à flor da pele num dia de festa. Aconteceu Taça. os axadrezados ficam pelo caminho na 3ª Eliminatória da Taça de Portugal, um dano colateral da festa vilaverdense.

Cada lance foi disputado ao milímetro, cada corte de bola era festejado de forma efusiva, vibrou-se com cada movimentação atacante, por mais inofensiva que fosse por parte das gentes vilaverdenses. Uma atmosfera que passou para o relvado.

O Boavista entrou melhor, impondo a sua supremacia com domínio territorial, mas nestes jogos típicos da prova rainha do futebol português a atmosfera das bancadas acaba por ressoar para o relvado. Num jogo de menor nomeada para a turma do Bessa, Jorge Simão não facilitou, apresentando um onze aproximado daquele que tem alinhado na Liga.

Pela frente os axadrezados encontraram um adversário de terceiro escalão, duas divisões abaixo, mas com motivação e crença exponencial ao feito de um triunfo. A equipa de António Barbosa foi organizada, muito coesa e solidária evitando que o Boavista criasse lances de perigo apesar do domínio. Aos onze minutos Rui Pedro atirou ao travessão na sequência de um lance em que a defesa da casa foi não conseguiu evitar que a bola passeasse à entrada da sua área.

FICHA E FILME DO JOGO

Contudo, a equipa da casa foi-se soltando das amarras, com o evoluir o do cronómetro começou a sentir que era capaz de estender o seu jogo até à área de Vagner, com Ahmed em destaque no ataque e Latyr Fall a crescer no meio campo, apesar do seu aspeto franzino.

Nos descontos da primeira metade explosão de alegria. Num livre lateral Ahmed bateu a bola para as costas da defesa, no limbo entre o raio de ação da defesa e de Vagner. Sem ninguém para tirar, apareceu lá o defesa Rafael Vieira a encostar de sola ao segundo poste.

Surpresa ao intervalo, o Vilaverdense preparava-se para vestir o fato de tomba gigantes. Tarefa para segurar nos segundos quarenta e cinco minutos, com apelos de sangue suor e lágrimas. Mais ímpeto do Boavista, inevitavelmente, muita pressão a rondar constantemente a área do Vilaverdense, que se foi aguentando como pôde.

Segurou a vantagem até ao último apito de Rui Costa, aguentou a pressão e faz história o clube de Vila Verde. Rafael Vieira vestiu a pele de herói, o Vilaverdense veste o fato de tomba gigantes. A festa da Taça foi a Vila Verde, o Vilaverdense empresta a primeira surpresa na prova rainha e marca presença na 4ª Eliminatória pela primeira vez na sua história.