Esta quinta-feira, na conferência de lançamento do encontro frente ao Portimonense, o treinador do Tondela, Pepa, lamentou o clima de suspeição que se vive em torno da arbitragem e defendeu a classe.
«É uma vergonha isto que está a acontecer, pois os árbitros são homens, também podiam ser uma mulher, mas são seres humanos como nós! Eu erro e sou o primeiro a dizer, agora claro que não erro de propósito», argumentou, em declarações reproduzidas pela Agência Lusa.
O técnico tondelense sublinhou que «os árbitros erram e vão continuar a errar», reconhecendo que «é triste» continuar a alimentar esse assunto.
«Porquê alimentar isso? Quem gritar mais alto é que condiciona?», interrogou.
Pepa aludiu ao facto de cada vez menos se falar em clubes como o Tondela, Desportivo de Chaves, Moreirense ou Portimonense face ao clima instaurado no futebol português.
«Com esta pouca vergonha que anda por aí, menos se fala ainda. A própria comunicação social alimenta isso: alimenta, alimenta, começa a ficar gordo e a ocupar o espaço todo do futebol», frisou.
De acordo com o treinador do Tondela, é importante dar mais espaço ao que é realmente o futebol, com entrevistas a jogadores ou até análises táticas às equipas.
«Só quero que isto termine, pois é dentro de campo que se ganham os jogos, independentemente de rivalidades e grandezas de clubes. Somos todos grandes, temos de ter respeito e saber andar nesta vida», atirou.
O comentário de Pepa surge na sequência dos recentes acontecimentos na arbitragem, com um primeiro pedido de dispensa e, já de madrugada, com a posição da Associação Portuguesa de Árbitros [APAF] em viabilizar os jogos do próximo fim-de-semana, mas a deixar um pedido de dispensa.
A APAF fez questão de frisar que a ausência dos árbitros em jogos acontecerá, caso não se verifiquem vários pressupostos exigidos pela classe, como a total ausência de insinuações da parte de clubes e agentes desportivos que coloquem em causa a honra e o bom nome dos árbitros.