Maicon esteve no centro das críticas dos adeptos após a derrota caseira do FC Porto frente ao Arouca (1-2). O defesa brasileiro, que envergou a braçadeira de capitão, perdeu a bola para Walter González no golo decisivo mas o pior gesto foi a decisão de se encaminhar para a linha lateral, com o jogo a decorrer, quando sentiu dores no adutor esquerdo.

Essa atitude poderia ter comprometido, ainda mais, as aspirações da equipa portista e foi vista como um ultraje pelos adeptos do clube. E não só. O gesto não caiu bem perante os outros jogadores, elementos da equipa técnica e dirigentes.

FC Porto: Maicon foi o mais visado pelos adeptos

Depois de ponderar a situação no banco de suplentes, percebendo a reação de companheiros de equipa como Hélton e André André, Maicon percebeu a dimensão que tinha errado. No final do encontro, ainda se encaminhou para junto da equipa mas rumou logo depois ao balneário, com Layún a dar-lhe apoio, e foi confrontado com nova vaia dos adeptos.

Já no balneário do Estádio do Dragão, o defesa-central pediu desculpa pela atitude.

Maicon sentiu dores que atribui ao tratamento ineficaz da lesão contraída no início de outubro de 2015. Uma ideia partilhada com a família nos tempos mais recentes.

FC Porto: Maicon, a cronologia de um problema muscular

O jogador do FC Porto saiu do recinto à conversa com Maurides, o irmão que foi suplente utilizado no Arouca. Por essa altura, a esposa Úrsula Roque e o irmão mais novo, Muller, recorreram às redes sociais para criticar o departamento médico dos dragões.

As publicações, sem conhecimento prévio de Maicon, foram apagadas rapidamente.

Na manhã seguinte o jogador apresentou-se ao trabalho no Olival e voltou a pedir desculpa ao grupo pela situação. O central manteve as queixas de dores no adutor esquerdo e esteve remetido a tratamento.

Nesta altura a questão está a ser gerida internamente e não deve ter consequências para além da natural perda de estatuto no onze e mesmo no grupo de capitães.

Maicon tem contrato com o FC Porto até 2017 e pode sair no final da presente temporada. Porém, a situação atual no eixo defensivo dos dragões é de escassez de soluções.

José Peseiro tem à sua disposição Martins Indi, Ivan Marcano, Maicon e o jovem Chidozie, que foi promovido após a saída de Lichnovsky.

Chidozie Awaziem, nigeriano de 19 anos, chegou na época passada para atuar como médio defensivo. Recuou no terreno esta época e teve desempenhos interessantes na equipa B, ao lado do brasileiro Maurício, mais experiente (24 anos).

Curiosamente, Maurício Antônio saiu nesta reabertura de mercado para o Marítimo e entrou diretamente para o onze de Nelo Vingada. Luís Castro teve de encontrar nova dupla para a formação secundária dos dragões, juntando o adaptado Rui Moreira a Diogo Verdasca. Os dois jogadores, campeões de juniores, têm 19 anos. As alternativas são Jorge Fernandes e o norte-americano Erik Palmer-Brown, que chegou a 31 de janeiro e já atuou pela equipa principal do Kansas City. Ambos têm apenas 18 anos.

Ou seja, o FC Porto tem nesta altura um claro défice de centrais na sua estrutura profissional.