O leão parte com esperança para um fim de semana sem futebol, mas de decisões no clube. Parte com otimismo para as próximas jornadas da Liga, depois de mais uma noite em que ficou aquém durante muito tempo, no resultado e na exibição.

Ainda assim, acabou a noite com um estádio e, igualmente importante pelo passado recente, com as claques, a saudarem os jogadores pelo triunfo.

Uma vitória difícil, que chegou a ser improvável por dois fatores: o pouco jogo do leão até aos 66 minutos e Caio Secco. Como vai ler a seguir, dois homens mudaram tudo: Jovane Cabral e José Peseiro.

Uma ideia repetida

O Sporting entrou em campo com o mesmo onze da Luz, mas se uma ideia pode resultar num dia, no outro ela pode não ter qualquer efeito. Por exemplo, aquele meio-campo de Battaglia e Acuña trouxe muito pouco em termos de ataque posicional ao leão. Tanto assim foi que, quando Peseiro o mudou, o Sporting subiu de nível. Isso, porém, sucederia apenas na segunda parte.

Sem corredor central, sem verticalidade daqueles dois médios, o Sporting tentou ir à volta do Feirense. Jefferson esteve sempre bastante projetado e Raphinha, do lado oposto, tentava ganhar espaço para correr nas costas de Vítor Bruno. Acuña sentiu-se mais cómodo em surgir na esquerda também para cruzar.

O leão causou algum perigo porque conseguiu ser minimamente eficiente noutro momento: na pressão. O Feirense cometeu alguns erros fruto dela. Como exemplo, o remate de Montero após recuperar a bola a Edson Farias, aos 32 minutos.

A defender era totalmente eficaz, pois o Feirense só viu a baliza de Salin de longe, durante a maior parte do primeiro tempo. As exceções foram o tiro de Edinho à trave, ainda assim do meio da rua num livre, e a ocasião perdida pelo ponta de lança em cima do intervalo.

Melhor o Feirense, muito melhor o Sporting

O segundo tempo trouxe uma equipa melhor sobre o relvado: o Feirense. A equipa de Nuno Manta Santos conseguiu sair melhor na transição e chegou perto da baliza de Salin. Edinho teve ocasião de golo duas vezes e perdeu-a.

Quanto ao Sporting, vinha igual. Mesmo estilo, mesmos defeitos e virtudes. Até que José Peseiro mudou várias coisas de uma só vez. Desfez a dupla Battaglia-Acuña, lançou Jovane Cabral no jogo e abriu o ataque a dois homens.

A diferença foi brutal. Tão brutal que Alvalade respondeu à entrada do 77 de forma quente e explodiu como um vulcão quando Jovane marcou. Desde a substituição até essa altura, diga-se, os leões provocaram mais ocasiões, de bola corrida ou parada, do que no resto do jogo todo.

Portanto, a primeira parte do jogo, aquela que se disputou até aos 66 minutos merece reflexão; a segunda, faz os leões sonharem com algo melhor, agora que conseguiram mais três pontos, mantêm-se no topo da Liga e partem para uma pausa internacional que permitirá ao leão respirar fundo, ir a eleições com a certeza de que em campo nada está hipotecado e trabalhar em Alcochete para aproximar o nível exibicional dos resultados.